Dois dos seus discípulos, os irmãos João e Tiago, filhos
de Zebedeu, aspiravam aos primeiros lugares. O Senhor respondeu-lhes: “Não
sabeis o que pedis.” E acrescentou: “Podeis beber o cálice que Eu vou beber?” E
que cálice era esse, senão o da Paixão?
E eles, ávidos de honras, esquecidos da sua fraqueza,
imediatamente dizem: “Podemos.” Ele replicou-lhes: “Na verdade, bebereis o meu
cálice; mas o sentar-se à minha direita ou à minha esquerda não Me pertence a
Mim concedê-lo: é para quem meu Pai o tem reservado.” Deu assim prova da sua
humildade; na verdade, tudo o que o Pai prepara é também preparado pelo Filho. Ele
veio humilde: Ele, o Criador, foi criado entre nós; Ele, que nos fez, foi feito
para nós. Deus antes do tempo, homem no tempo, libertou o homem do tempo. Este
grande médico veio curar o nosso cancro; veio curar o próprio orgulho pelo seu
exemplo.
É a isso que devemos estar atentos no Senhor:
olhemos a sua humildade, bebamos o cálice da sua humildade, aprendamos dele,
contemplemo-Lo. É fácil ter pensamentos nobres, é fácil apreciar as honras, é
fácil ouvir os aduladores e os que nos elogiam. Mas ouvir insultos, suportar pacientemente
as humilhações, orar por aqueles que nos ofendem (Mt 5,39-44), isso é o cálice
do Senhor, isso é o banquete do Senhor.
Santo Agostinho de Hipona – século V
Hoje celebramos:
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