Recordemos
que o primeiro Adão foi expulso do paraíso para o deserto, para que a nossa
atenção se concentre na maneira como o segundo Adão (1Cor 15, 45) regressa do
deserto ao paraíso. Vede, com efeito, como a primeira condenação é desenredada,
depois de ter sido enredada, como são restabelecidos os benefícios divinos
sobre os vestígios dos benefícios antigos. Adão vem de uma terra virgem, Cristo
vem da Virgem; aquele foi feito à imagem de Deus, Este é a imagem de Deus (Col
1, 15); aquele foi colocado acima de todos os animais irracionais, Este acima
de todos os seres vivos. Por uma mulher veio a insensatez, por uma virgem a
sabedoria; a morte veio de uma árvore, a vida pela cruz. Um, despido das vestes
espirituais, concebeu para si uma veste de folhas de árvore; o Outro, despido
da veste deste mundo, deixou de desejar uma veste material (Jo 19, 23).
Adão foi expulso para o deserto, Cristo vem ao
deserto; porque Ele sabia onde se encontrava o condenado que queria reconduzir
ao paraíso, já liberto do seu pecado. Aquele que tinha perdido a rota que seguia no
paraíso não era capaz de reencontrar a rota perdida no deserto, sem ter quem o
guiasse. As tentações são numerosas, o esforço com vista à virtude é difícil, é
fácil dar passos em falso e cair no erro. […] Sigamos pois a Cristo, conforme
está escrito: “É ao Senhor vosso Deus
que deveis temer e seguir” (Dt 13, 5). Sigamos, pois, os Seus passos, e
poderemos passar do deserto ao paraíso.
Santo Ambrósio – século
IV
Hoje celebramos:
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