Jesus
subiu à montanha com os três discípulos que escolheu. Depois foi transfigurado
por uma luz fulgurante e divina, a ponto de as Suas vestes parecerem brilhar
como a luz. Seguidamente, Moisés e Elias envolveram Jesus, falaram entre eles
da Sua partida, que haveria de acontecer em Jerusalém, quer dizer, do mistério
da Sua encadernação e da Sua Paixão salvadora, que haveria de concretizar-se na
cruz. Porque é verdade que a lei de Moisés e a pregação dos profetas tinham
mostrado antecipadamente o mistério de Cristo. Esta presença de Moisés e de Elias, e a conversa entre eles, tinha como
objetivo mostrar que a Lei e os profetas formavam como que o cortejo de Nosso
Senhor Jesus Cristo, o Senhor que tinham profetizado. Depois de terem
aparecido não se calavam, falando da glória de que o Senhor ia ser cumulado em
Jerusalém pela Sua Paixão e pela Sua cruz e, sobretudo, pela Sua ressurreição.
Talvez o bem-aventurado São Pedro,
acreditando que tinha chegado o Reino de Deus, tenha desejado permanecer na
montanha, porque disse que deviam fazer “três tendas”. “Não sabia o que estava a dizer”. Porque ainda
não tinha chegado o fim do mundo e não será no tempo presente que os santos
usufruirão da esperança que lhes foi prometida. É que São Paulo afirma: “Ele
transfigurará o nosso pobre corpo, conformando-o ao Seu corpo glorioso” (Fil
3, 21).
Uma vez que o projeto da Salvação ainda não
estava completo, estando apenas no seu começo, não era possível que Cristo, que
tinha vindo ao mundo por amor, renunciasse a querer sofrer por ele. Porque Ele manteve a natureza humana para
sofrer a morte na Sua carne, e para a destruir pela Sua ressurreição de entre
os mortos.
São Cirilo de Alexandria – século V
Hoje celebramos:
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