Nosso Senhor Jesus Cristo disse a
todos, por várias vezes e apresentando diversas provas: “Se alguém quiser vir
após Mim, que renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e Me siga”; e também: “Aquele
de entre vós que não renunciar a tudo o que tem não pode ser meu discípulo”.
Parece, pois, exigir a renúncia mais completa. […] “Onde estiver o teu
tesouro», diz noutra altura, «aí estará o teu coração” (Mt 6,21). Portanto, se
reservamos para nós bens terrenos ou qualquer provisão fugaz, o nosso espírito
permanece aí atolado, como que na lama. É então inevitável que a nossa alma
seja incapaz de contemplar a Deus e se torne insensível ao desejo dos
esplendores do céu e dos bens que nos foram prometidos. Só poderemos obter
esses bens se os pedirmos sem cessar, com um desejo ardente, que, de resto, nos
tornará leve o esforço para os atingir.
Renunciar a nós mesmos é, pois, soltar os laços que nos prendem a esta
vida terrena e passageira, libertar-nos das contingências humanas, a fim de
sermos mais capazes de caminhar na via que conduz a Deus. É libertar-nos dos
entraves, a fim de possuirmos e usarmos bens que são “muito mais preciosos do
que o ouro e a prata” (Sl 18,11). Em suma, renunciar a nós mesmos é transportar
o coração humano para a vida no céu, de tal forma que possamos dizer: “A nossa
pátria está nos céus” (Fil 3,20). E, sobretudo, é começarmos a tornar-nos
semelhantes a Cristo, que Se fez pobre por nós, Ele que era rico (2Cor 8,9).
Temos de nos assemelhar a Ele se quisermos viver em conformidade com o
Evangelho.
São Basílio, o Grande –
século IV
Hoje celebramos:
São Cláudio de la Colombiere
Beato Miguel Sopocko
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