Como é possível saber se algo vem do Espírito Santo ou se deriva do
espírito do mundo e do espírito maligno?
A única forma é o discernimento. Este não requer apenas uma boa
capacidade de raciocinar e sentido comum, é também um dom que é preciso pedir.
Se o pedirmos com confiança ao Espírito Santo e, ao mesmo tempo, nos
esforçarmos por cultivá-lo com a oração, a reflexão, a leitura e o bom
conselho, poderemos certamente crescer nesta capacidade espiritual.
Hoje em dia, tornou-se particularmente
necessária a capacidade de discernimento, porque a vida atual oferece enormes
possibilidades de ação e distração, sendo-nos apresentadas pelo mundo como se
fossem todas válidas e boas. Todos, mas especialmente os jovens, estão sujeitos
a um zapping constante. É possível navegar simultaneamente em dois ou
três aplicativos e interagir ao mesmo tempo em diferentes cenários virtuais.
Sem a sapiência do discernimento, podemos facilmente transformar-nos em
marionetes à mercê das tendências da ocasião.
Isto revela-se particularmente importante, quando aparece uma novidade
na própria vida, sendo necessário então discernir se é o vinho novo que vem de
Deus ou uma novidade enganadora do espírito do mundo ou do espírito maligno.
Noutras ocasiões, sucede o
contrário, porque as forças do mal induzem-nos a não mudar, a deixar as coisas
como estão, a optar pelo imobilismo e a rigidez e, assim, impedimos que atue o
sopro do Espírito Santo.
Somos livres, com a liberdade
de Jesus, mas Ele chama-nos a examinar o que há dentro de nós – desejos,
angústias, temores, expetativas – e o que acontece fora de nós – os “sinais dos
tempos” –, para reconhecer os caminhos da liberdade plena: “examinai tudo, guardai o que é bom” (1 Ts 5, 21).
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