quinta-feira, 24 de maio de 2018

24 de maio - E se alguém escandalizar um desses pequeninos que creem, melhor seria que fosse jogado no mar com uma pedra de moinho amarrada ao pescoço. Mc 9,42


A contraposição entre os que seguem a lei do Senhor e os arrogantes, malvados se encontra no evangelho do dia. Também nesse trecho há os bons e os maus. Por detrás das palavras de Jesus percebe-se a figura destes justos que se sentem pequeninos, mas a sua confiança está no Senhor. Um trecho, no qual por quatro vezes se repete a palavra escândalo.

E ao usá-la o Senhor foi muito severo, a ponto de dizer: “Ai de quem escandalizar um só destes pequeninos. Ai!”.

Com efeito, o escândalo, para o Senhor, é destruição. E Jesus aconselha: É melhor que se destrua a si mesmo do que os outros. Corta a tua mão, o pé, arranca um olho, lança-te ao mar. Mas não escandalizes os pequeninos, ou seja, os justos, aqueles que confiam no Senhor, que simplesmente acreditam no Senhor.

Mas o que é o escândalo?

A resposta diz respeito à vida concreta de cada pessoa: O escândalo é dizer uma coisa e fazer outra; é a vida dupla. Um exemplo? Eu sou muito católico, vou sempre à missa, pertenço a esta associação e àquela; mas a minha vida não é cristã, não pago o justo aos meus empregados, exploro as pessoas, faço negócios sujos, lavagem de dinheiro. Esta é uma vida dupla. Infelizmente, muitos católicos são assim e escandalizam.

Palavras claras que reconduzem todos à vida de cada dia: Quantas vezes ouvimos no bairro ou noutras partes: “Mas ser católico como aquele, é melhor ser ateu”. Eis o escândalo, que destrói, que desmoraliza. E isto acontece todos os dias: é suficiente ver o telejornal ou ler os jornais. Nos jornais há tantos escândalos, e há também a grande publicidade dos escândalos. E com os escândalos destrói-se.

Vou dar um exemplo: Uma empresa importante estava à beira da falência. Dado que, disse, as autoridades queriam evitar uma greve justa, mas que não teria sido boa, procuraram entrar em contato com o responsável da empresa. E onde estava ele enquanto a empresa estava a falir e as pessoas não recebiam o ordenado do próprio trabalho? Este dirigente, que dizia ser um homem católico, muito católico, estava numa praia do Médio Oriente a passar as férias invernais. O episódio não foi publicado nos jornais, mas as pessoas souberam-no. Estes são os escândalos, a vida dupla. E Jesus diz a quem se comporta assim: A estes pequeninos, a estes pobres que creem em mim, não os arruínes com a tua vida dupla.

Imagine o momento no qual quem dá escândalo se apresenta à porta do Céu:
Sou eu, Senhor! — Mas como, não te recordas? Eu ia à missa, estava ao teu lado, pertencia a esta associação, faço isto... não te recordas de todas as ofertas que dei?
Sim, recordo. Responde Jesus: As ofertas, recordo-me delas: todas sujas. Todas roubadas aos pobres. Não te conheço.

A cada um de nós fará bem, hoje, pensar se há algo de dupla vida em nós, de parecer justos, de parecer bons crentes, bons católicos, mas por detrás fazer outra coisa. Trata-se de compreender se a atitude é a de quem diz: Mas sim, o Senhor perdoar-me-á tudo, mas eu continuo... e, apesar de estar ciente dos próprios erros, repete: Sim, isto não está bem, converter-me-ei, mas não hoje: amanhã. Um exame de consciência que deve levar à conversão do coração, a partir da consciência de que o escândalo destrói.

Papa Francisco - 23 de fevereiro de 2017

Hoje celebramos:


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