Fivizzano é uma cidade da Toscana
cujos cidadãos veneram Maria, Mãe de Deus com o título de Nossa Senhora da Adoração, seguindo a grande fé de uma mulher
doente por 18 anos, a quem a imagem milagrosa apareceu de repente, curando-a.
Uma mulher humilde chamada Margherita,
vive sua vida simples e comum como mãe de família e esposa quando de repente
fica doente. Pensa-se em uma daquelas doenças habituais das que depois se
esquece, mas os dias passam, as semanas e Margherita não tem nenhuma melhora.
Os médicos não podem determinar a natureza da enfermidade; os tratamentos não
chegam a nada. A paciente fica imóvel em sua cama, incapaz de recuperar sua
força e poder levantar-se. A história desperta profunda piedade onde quer que se
falasse dela, seu caso infeliz, e começou uma longa peregrinação de pessoas que
vêm para saudar e consolar a pobre enferma. Então, a indiferença gradualmente
assumiu. A esperança de cura desapareceu e, ano após ano, as visitas vão se
tornando menos frequentes. Apenas alguns vizinhos locais e alguns conhecidos
afetuosos vêm para fazer companhia a ela e prestar-lhe algum serviço. O mundo
continua seu ritmo de vida e Margherita está sempre na sua solidão, ciente de sua
dor e seu estado infeliz. Ora e espera, no leito de seus sofrimentos.
Após dezoito anos desta doença e
solidão, chega aos seus ouvidos a notícia de que em Reggio Emilia, em um local
deserto, chamado "La Ghiara" é venerada uma imagem de Nossa Senhora que
dispensa graças e favores extraordinários. A confiança da enferma é revivida;
ela está certa de que Nossa Senhora também lhe concederá sua graça.
Nesse estado de espírito, um dia ela
vê a porta aberta; é Nicola Vaseschi, um vizinho e amigo que, tendo que ir a
Reggio a negócios, veio perguntar, por cortesia e não por convicção, se
Margherita precisava de alguma coisa. A doente vê nesta visita a inspiração do
céu e responde imediatamente:
“Traga-me uma imagem da Madonna
della Ghiara”.
Alguns dias depois, precisamente no
dia 5 de maio de 1596, Vaseschi retorna, e Margherita pergunta a ele: "E a
imagem?"
Da angústia da enferma, o pobre
homem compreende a gravidade de seu esquecimento, e confuso, sua cabeça se
curva num sussurro: "Margherita, esqueci!"
A mulher doente que, na pressa do
desejo, ao ver Vaseschi, levantou-se ligeiramente, recostou-se nas almofadas,
com os olhos cheios de lágrimas e, com um gesto de invocação, dirigiu o olhar
para o céu. Maravilha! Uma imagem imensa da Madonna está pendurada no teto: a
imagem muito desejada. É a Madonna della Ghiara, no doce ato de adorar o Filho,
com lindíssimas flores a seus pés.
Margherita lança um grito e sente
uma nova vitalidade em seus membros. De repente, a elasticidade dos movimentos
voltou para ela. Ela sai da cama e de joelhos, braços estendidos para a imagem,
exclama: “Estou curada, estou curada!”
Lágrimas fluem abundantemente de
seus olhos. Depois de dezoito anos de imobilidade e doença, ela agora está fora
da cama, saudável e forte, como antes.
A notícia se espalha em um flash
e as pessoas correm. Naquela sala humilde, testemunha por muitos anos das dores
da pobre enferma, agora curada, começa a primeira fervorosa veneração daquela
Imagem, que chega até os dias atuais. A Madonna chamada pelos habitantes de
Fivizzano "Madonna di Reggio" é liturgicamente venerada sob o título
de "Nossa Senhora da Adoração", pela atitude de adoração com que
Maria se dirige a seu Filho.
A devoção popular é muito difundida
e sentida; cada casa tem sua própria imagem, colocada nos frontões e nos
quartos. Isso acontece na Via Giulia, em Fivizzano, onde agora não há mais a
casa humilde de Margherita, mas onde uma pequena capela surgiu em memória desse
milagre. Atualmente, a imagem sagrada de Nossa Senhora da Adoração é colocada
no altar principal do Santuário dedicado a ela na igreja da cidade, na Piazza Medicea.
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