A vossa paixão
nasce da admiração sempre nova pelo Senhor Jesus, pelo seu modo único de viver
e amar, de encontrar as pessoas, de curar a vida, de dar alívio. Portanto, o
vosso “estar dentro” do mundo não é
só uma condição sociológica mas uma realidade teológica que vos permite estar
atentos, ver, ouvir, compadecer-vos, alegrar-vos juntos, intuir as
necessidades.
Isto significa ser presença profética de modo muito
concreto. Significa levar ao mundo, nas situações em
que nos encontramos, a palavra que ouvimos de Deus. É isto que caracteriza no
sentido próprio a laicidade: saber anunciar a palavra que Deus quer dizer ao
mundo. Na qual “anunciar” não significa
só falar, mas agir. Dizemos o que Deus deseja anunciar ao
mundo, agindo no mundo. Isto é muito importante. Diante das
dificuldades, podemos ter a tentação de nos isolar no conforto e segurança os
retirando do mundo. Mas o vosso lugar é “estar dentro”, como presença
transformadora no sentido evangélico. Certamente é difícil, é um caminho que
inclui a cruz, mas o Senhor deseja percorrê-lo convosco.
A vossa vocação e
missão é estar atentos, por um lado, à realidade que vos circunda
perguntando-vos sempre: - o que acontece?
- sem vos deter no que se vê na superfície mas indo mais ao fundo; e, ao mesmo
tempo, ao mistério de Deus, para reconhecer onde Ele se está a manifestar. Atentos ao mundo com o coração imerso em
Deus.
Por fim gostaria de
vos sugerir alguns comportamentos espirituais que vos podem ajudar neste
caminho e que se podem sintetizar em cinco verbos: rezar, discernir, partilhar, encorajar e sentir simpatia.
Rezar para permanecer
unidos a Deus, próximos do seu coração. Ouvir a sua voz diante de cada
acontecimento da vida, levando uma existência luminosa que pega no Evangelho e
o pratica seriamente.
Discernir é saber
distinguir o essencial do acessório; é afinar a sabedoria, cultivada dia após
dia, que permite ver quais são as responsabilidades que devem ser assumidas e
quais são as tarefas prioritárias. Trata-se de um percurso pessoal mas também
comunitário, por isso não é suficiente o esforço individual.
Partilhar o destino de
cada homem e mulher: mesmo se os acontecimentos do mundo são trágicos e
obscuros, não abandonar o destino do mundo, porque o amo, como e com Jesus, até
ao fim.
Encorajar com a graça
de Cristo sem nunca perder a confiança, que sabe ver o bem em todas as coisas.
É também um convite que recebemos em cada celebração eucarística: «Corações ao
alto».
Sentir simpatia pelo mundo e pelas
pessoas. Inclusive quando fazem de tudo para nos fazer perde-la, estar animados
pela simpatia que nos vem do Espírito de Cristo, que nos torna livres e
apaixonados, nos faz “estar dentro”, como o sal e o fermento.
Papa Francisco –
Mensagem – 23 de outubro de 2017
Hoje celebramos:
Santo Ubaldo Baldassini
Santos Alípio e Possídio
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