Cinquenta dias após
a Páscoa do Senhor, a Igreja celebra a Solenidade de Pentecostes. Na liturgia,
com a celebração de Pentecostes, se encerra o tempo pascal e é retomado o tempo
comum.
A ação do Espírito
Santo não se restringe ao interior da vida eclesial, mas se estende e se
realiza onde quer que se faça o bem.
De fato, todo
suspiro de perfeição e bondade em qualquer recanto da terra tem nele sua fonte.
E no tempo da Igreja, até a volta gloriosa do Senhor, o Espírito Santo conduz a
Igreja e todos os cristãos a vida espiritual, como convite a todos os que
escolhem Deus como tudo de sua existência, é chamada à plenitude, no exercício
das virtudes e
no acolhimento dos dons do Espírito Santo, nos frutos do
mesmo Espírito e às bem-aventuranças.”
As virtudes fazem
as pessoas participarem da vida sobrenatural de Cristo de modo “humano”, como
um exercício a que a teologia espiritual chama de “ascese”, árduo caminho de
subida até o monte que é Cristo.
Virtudes são
hábitos infundidos pela graça de Deus, iluminados pela fé e fortalecidos pela
caridade. Elas são como músculos, forças espirituais que atuam na pessoa, pela
graça de Deus. Dentre tantas, a fé, esperança e caridade, virtudes teologais, e
as virtudes morais da prudência, justiça, fortaleza e temperança”.
Os sete dons do Espírito,
a sabedoria, o entendimento, o conselho, a fortaleza, a piedade e o temor de
Deus (Is 11, 1-2) também estão no texto mostrando que os cristãos participam da
mesma riqueza de Cristo, pois recebem de sua plenitude “graça sobre graça” (Jo
1, 16).
Os dons do Espírito
Santo são hábitos sobrenaturais infundidos nas pessoas para que recebam com
prontidão as iluminações e moções do Espírito. Trata-se daquilo que a teologia
espiritual chama de “mística”. Os dons do Espírito Santo têm a medida do presente
que vem de Deus, cuja bondade não tem limites, mas nos “sete dons”, e sete é
número bíblico que indica perfeição, reconhecem-se as ações gratuitas de Deus
destinadas aos seus filhos”.
Em nossa razão atua
o dom da sabedoria, para julgar corretamente as coisas divinas, descobrindo o
sabor dado por Deus à vida, em seu plano de salvação.
Para que em nós exista a
paixão pela verdade, é concedido o dom do entendimento.
A ciência é dom do
Espírito que leva a pessoa a conhecer as coisas criadas segundo Deus.
O
conselho orienta as decisões práticas do dia a dia.
Em nossa vontade, o
Espírito Santo age com a fortaleza, para vencer o medo dos perigos e frear os
impulsos da agressividade.
O temor de Deus orienta as decisões e leva a vencer
a desordem nos sentimentos.
Por sua vez, o dom da piedade suscita um coração
bom em relação a Deus, aos e parentes, à comunidade e no trato social.
A vida cristã, no
encontro de dons e virtudes, caminho de amor e comunhão entre Deus e a
humanidade, floresce, enfim, nos frutos do Espírito Santo: “amor, alegria, paz,
paciência, amabilidade, bondade, lealdade, mansidão, autodomínio” (Gl 5, 22).
A prática das
bem-aventuranças expressa a maturidade da vida cristã: a pobreza de espírito, a
mansidão, as lágrimas, a fome e a sede da justiça, a misericórdia, a pureza de
coração, a paz e a perseguição por causa da justiça, a mais perfeita delas, que
equivale o martírio e abarca todas as outras.
O Espírito Santo, o
grande dom do Cristo Ressuscitado, derramado e acolhido do primeiro e dos
sucessivos Pentecostes da vida da Igreja, venha sobre todos nós!
Dom Alberto Taveira –
Revista Bote Fé
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