quinta-feira, 3 de maio de 2018

03 de maio - Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Jo 14,6


Um povo a caminho que, entre graça e pecado, vai em frente na história rumo à plenitude dos tempos. E neste povo está incluído cada cristão que percorre o seu itinerário pessoal até ao dia em que se encontrar de caras com aquele Deus que, entretanto, nunca nos deixa sozinhos.

O Senhor guia o seu povo, com momentos bons e difíceis, com liberdade e escravidão; mas guia o povo rumo à plenitude, ou seja, quando apareceu Jesus.

Portanto, não terminou ali: Jesus foi-se embora, mas não nos deixou sozinhos: deixou-nos o Espírito. Aquele Espírito que nos faz compreender a mensagem de Jesus. Começa deste modo um segundo caminho, o do povo de Deus depois de Jesus, à espera de outra plenitude dos tempos, quando Jesus vir pela segunda vez. É o caminho da Igreja que vai em frente, com muitos santos e pecadores; entre graça e pecado, com a atitude que se encontra no Apocalipse: Vem, ó Senhor Jesus; vem. Esperamos por ti.

Este segundo caminho serve para compreender, para aprofundar a pessoa de Jesus, para aprofundar a fé, graças ao Espírito Santo que Jesus nos deixou. E serve, acrescentou, também para compreender a moral, os mandamentos. Com efeito, algo que outrora parecia normal, que não era pecado, hoje é considerado pecado mortal: na realidade era pecado, mas o momento histórico não permitia que fosse entendido como tal.

Para melhor compreender este conceito, damos alguns exemplos, começando pela escravidão: Quando íamos à escola, contavam-nos o que faziam aos escravos, eram levados de um lado para outro, vendidos noutro lugar, na América Latina eram vendidos e comprados. Hoje é considerado pecado mortal, antes não; aliás, alguns diziam que era possível fazer isto, porque esta gente não tinha alma! Evidentemente, era necessário que o tempo passasse para compreender melhor a fé, para compreender melhor a moral. E isto não significa que hoje não haja escravos: há mais, mas pelo menos sabemos que é pecado mortal.

O mesmo processo ocorreu relativamente à pena de morte que outrora era normal. Hoje afirmamos que é inadmissível. Pensemos também nas guerras de religião: hoje, sabemos que não só é um pecado mortal, um sacrilégio, mas até uma idolatria.

Este caminho está constelado também por muitos santos que ajudam a esclarecer a fé e a moral. Os santos que todos conhecemos e os santos escondidos: a Igreja está cheia de santos escondidos! Precisamente esta santidade, é a que nos leva em frente, rumo à segunda plenitude dos tempos, quando o Senhor vier, no final, para ser tudo em todos.
Este é o modo como o Senhor quis deixar-se conhecer pelo seu povo: a caminho. E o mesmo povo de Deus está a caminho, sempre. Mais ainda: quando o povo de Deus para, torna-se prisioneiro, como um pequeno jumento num estábulo, fica ali e não compreende, não vai em frente, não aprofunda a fé, o amor, não purifica a alma.

Papa Francisco - 11 de maio de 2017

Hoje celebramos:

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