Com três pinceladas
a Igreja diz qual deve ser a atitude cristã: alegria e esperança juntas. E
assim a alegria fortalece a esperança e a esperança floresce na alegria. E ambas,
com esta atitude que a Igreja lhes deseja atribuir, estas duas virtudes cristãs
indicam um sair de nós mesmos: o jubiloso não se fecha em si mesmo; a esperança
leva-te lá, é a âncora que está precisamente na praia do céu e te conduz para
fora. Por isso podemos sair de nós mesmos com a alegria e a esperança.
O Senhor diz-nos
que há problemas e na vida esta alegria e esperança não são um carnaval: são
outra coisa, também, ter que enfrentar dificuldades. Tomemos a imagem que o
Senhor usa hoje no Evangelho: a mulher quando chega o momento do parto. Sim, a
mulher, quando dá à luz, sente dor porque chegou a sua hora; mas depois de dar
à luz a criança, esquece o sofrimento.
E é precisamente o
que fazem a alegria e a esperança juntas, na nossa vida, quando estamos nas
tribulações, quando temos problemas, quando sofremos. Não se trata certamente
de uma anestesia: o sofrimento é sofrimento, mas se for vivido com alegria e
esperança abre a porta para a alegria de um futuro novo.
Esta imagem do
Senhor deve ajudar-nos muito nas dificuldades, até as más que nos fazem duvidar
da nossa fé. Mas com a alegria e com a esperança vamos em frente, porque depois
desta tempestade chega um homem novo, como a mulher quando dá à luz. E Jesus
diz que esta alegria e esperança são duradouras, que não passam. Assim também vós,
agora, estais no sofrimento, são as palavras de Jesus aos discípulos
transmitidas pelo Evangelho. Mas tranquiliza-os imediatamente: “Ver-vos-ei de
novo e o vosso coração alegrar-se-á e ninguém vos poderá privar da vossa
alegria”.
A alegria humana
pode ser tirada de qualquer coisa, de qualquer dificuldade. Mas esta alegria
que o Senhor nos dá, que nos faz exultar, que nos faz elevar na esperança de o
encontrar, esta alegria ninguém pode tirar, é duradoura. Até nos momentos mais
obscuros.
Papa Francisco - 06 de maio de 2016
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