sexta-feira, 25 de maio de 2018

25 de maio - Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe! Mc 10,9


Jesus, ao referir-Se ao desígnio primordial sobre o casal humano, reafirma a união indissolúvel entre o homem e a mulher, mesmo admitindo que, “por causa da dureza do vosso coração, Moisés permitiu que repudiásseis as vossas mulheres; mas, ao princípio, não foi assim”. A indissolubilidade do matrimônio (“o que Deus uniu não o separe o homem”) não se deve entender primariamente como “jugo” imposto aos homens, mas como um “dom” concedido às pessoas unidas em matrimónio. A condescendência divina acompanha sempre o caminho humano, com a sua graça, cura e transforma o coração endurecido, orientando-o para o seu princípio, através do caminho da cruz. Nos Evangelhos, sobressai claramente a postura de Jesus, que anunciou a mensagem relativa ao significado do matrimônio como plenitude da revelação que recupera o projeto originário de Deus (cf. Mt 19, 3).

Jesus, que reconciliou em Si todas as coisas, voltou a levar o matrimônio e a família à sua forma original. A família e o matrimônio foram redimidos por Cristo, restaurados à imagem da Santíssima Trindade, mistério donde brota todo o amor verdadeiro. A aliança esponsal, inaugurada na criação e revelada na história da salvação, recebe a revelação plena do seu significado em Cristo e na sua Igreja. O matrimônio e a família recebem de Cristo, através da Igreja, a graça necessária para testemunhar o amor de Deus e viver a vida de comunhão.

A postura de Jesus é paradigmática para a Igreja. Ele inaugurou a sua vida pública com o sinal de Caná, realizado num banquete de núpcias. Compartilhou momentos diários de amizade com a família de Lázaro e suas irmãs e com a família de Pedro. Escutou o pranto dos pais pelos seus filhos, restituindo-os à vida e mostrando assim o verdadeiro significado da misericórdia, a qual implica a restauração da Aliança. Vê-se isto claramente nos encontros com a mulher samaritana e com a adúltera, nos quais a noção do pecado é avivada perante o amor gratuito de Jesus.

A aliança de amor e fidelidade, vivida pela Sagrada Família de Nazaré, ilumina o princípio que dá forma a cada família e a torna capaz de enfrentar melhor as vicissitudes da vida e da história. Sobre este fundamento, cada família, mesmo na sua fragilidade, pode tornar-se uma luz na escuridão do mundo.

Papa Francisco - Amoris Laetitia nºs 62 a 66

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