quinta-feira, 10 de maio de 2018

10 de maio - O que significa o que ele nos está dizendo: ‘Pouco tempo, e não me vereis, e outra vez pouco tempo, e me vereis de novo, e: Eu vou para junto do Pai? Jo 16,17


Nesses últimos dias do tempo pascal a atmosfera é de despedida. E na liturgia a Igreja retoma o discurso de Jesus na última ceia, na qual se despedia antes da Paixão, e relê-o: Jesus despede-se para voltar ao Pai e para nos mandar o Espírito Santo.

Jesus despede-se, e isto ajudar-nos-á a refletir sobre as nossas despedidas. De fato, na nossa vida são muitas as despedidas: as pequenas — sabemos que voltaremos amanhã ou depois — e as grandes, quando não se sabe como a viagem acabará.
Faz bem pensar nisto, porque a vida é cheia de despedidas e há também muito sofrimento, muitas lágrimas em algumas situações.

Há pequenas e grandes despedidas na vida: penso na despedida da mãe que saúda, dando o último abraço ao filho que parte para a guerra, e todos os dias acorda com o temor do que um oficial venha anunciar-lhe: “Agradecemos muito a generosidade de seu filho que deu a vida pela pátria”. Porque não sabemos como acabarão estas grandes despedidas. E há também a última despedida, que todos faremos, quando o Senhor nos chamar para a outra margem: eu penso nisto.

Estas grandes despedidas da vida, inclusive a última, não são as que se resolvem dizendo até logo, até mais tarde, até à vista, despedidas nas quais sabemos que voltamos logo ou depois de uma semana. Nas grandes, ao contrário, não sabemos quando nem como será o retorno.

Penso na grande despedida, na minha grande despedida isto é não quando devo dizer “até mais tarde”, “até logo”, “até à vista”, mas “adeus”?

Podemos nos perguntar: quem será a pessoa que fechará os meus olhos? O que deixo? E faz bem perguntar-nos a nós mesmos, como exame de consciência: “O que fiz?” Com a consciência de que me faz bem imaginar-me naquele momento, quando será não se sabe, naquele “até mais tarde”, “até à vista”, “até logo” que se tornará “adeus”. Vamos refletir: estou preparado para confiar a Deus todos os meus? Para me confiar a mim mesmo a Deus? Para pronunciar a palavra de entrega do filho ao Pai?

A Deus confio a minha alma; a Deus confio a minha história; a Deus confio os meus; a Deus confio tudo.

Papa Francisco – 19 de maio de 2015

Hoje celebramos:


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