Nesses últimos dias
do tempo pascal a atmosfera é de despedida. E na liturgia a Igreja retoma o
discurso de Jesus na última ceia, na qual se despedia antes da Paixão, e
relê-o: Jesus despede-se para voltar ao Pai e para nos mandar o Espírito Santo.
Jesus despede-se, e
isto ajudar-nos-á a refletir sobre as nossas despedidas. De fato, na nossa vida
são muitas as despedidas: as pequenas — sabemos que voltaremos amanhã ou depois
— e as grandes, quando não se sabe como a viagem acabará.
Faz bem pensar
nisto, porque a vida é cheia de despedidas e há também muito sofrimento, muitas
lágrimas em algumas situações.
Há pequenas e
grandes despedidas na vida: penso na despedida da mãe que saúda, dando o último
abraço ao filho que parte para a guerra, e todos os dias acorda com o temor do
que um oficial venha anunciar-lhe: “Agradecemos muito a generosidade de seu filho
que deu a vida pela pátria”. Porque não sabemos como acabarão estas grandes
despedidas. E há também a última despedida, que todos faremos, quando o Senhor
nos chamar para a outra margem: eu penso nisto.
Estas grandes
despedidas da vida, inclusive a última, não são as que se resolvem dizendo até
logo, até mais tarde, até à vista, despedidas nas quais sabemos que voltamos
logo ou depois de uma semana. Nas grandes, ao contrário, não sabemos quando nem
como será o retorno.
Penso na grande
despedida, na minha grande despedida isto é não quando devo dizer “até mais
tarde”, “até logo”, “até à vista”, mas “adeus”?
Podemos nos
perguntar: quem será a pessoa que fechará os meus olhos? O que deixo? E faz bem
perguntar-nos a nós mesmos, como exame de consciência: “O que fiz?” Com a
consciência de que me faz bem imaginar-me naquele momento, quando será não se
sabe, naquele “até mais tarde”, “até à vista”, “até logo” que se tornará
“adeus”. Vamos refletir: estou preparado para confiar a Deus todos os meus?
Para me confiar a mim mesmo a Deus? Para pronunciar a palavra de entrega do
filho ao Pai?
A Deus confio a
minha alma; a Deus confio a minha história; a Deus confio os meus; a Deus
confio tudo.
Papa Francisco – 19
de maio de 2015
Hoje celebramos:
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