A corrupção espiritual é pior que a queda dum pecador,
porque trata-se duma cegueira cómoda e autossuficiente, em que tudo acaba por
parecer lícito: o engano, a calúnia, o egoísmo e muitas formas subtis de
autorreferencialidade, já que “também Satanás
se disfarça em anjo de luz” (2 Cor 11, 14).
Assim acabou os seus dias Salomão, enquanto o grande pecador David soube
superar a sua miséria.
Num trecho
evangélico, Jesus alerta-nos contra esta tentação insidiosa que nos faz
escorregar até à corrupção: fala duma pessoa libertada do demônio a qual,
pensando que a sua vida já estivesse limpa, acabaria possuída por outros sete
espíritos malignos (Lc 11, 24-26). E outro texto bíblico usa esta imagem
impressionante: “O cão volta ao seu vômito” (2 Ped 2, 22; Prv 26,
11).
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