O Papa Francisco
revelou: Uma vez ouvi estas palavras num bairro: “Não vou à igreja porque, olha
para aquela, vai todas as manhãs à missa, recebe a comunhão e depois vai de
casa em casa a falar mal: para ser cristão assim prefiro não ir, como aquela
bisbilhoteira”.
E prosseguiu: Na
minha terra estas pessoas chamam-se “semeadoras de joio”: lançam joio, dividem,
e as divisões começam com a língua por inveja, ciúme e fechamento.
A propósito o Papa
recordou que, no capítulo 3 da sua carta, o apóstolo Tiago diz: “Somos capazes
de pôr o freio na boca do cavalo! Até um navio com um pequeno leme pode ser
guiado e nós não conseguimos dominar a língua?” Porque a língua, escreve Tiago,
“é um pequeno membro mas vangloria-se de fazer grandes coisas”. E é verdade,
confirmou o Papa: a língua é capaz de destruir uma família, uma comunidade, uma
sociedade; de semear ódio, guerra e inveja. E voltou a propor as palavras da
prece de Jesus: “Pai, rogo por aqueles que crerem em mim, para que todos sejam
um só, como eu e tu”. Mas quanta distância há entre a oração de Jesus e a vida
de uma comunidade cristã habituada a bisbilhotar. E é por isso que Jesus roga
ao Pai por nós.
Para
tornar ainda mais concreta e insistente a sua meditação, o Papa narrou um
episódio da vida de são Filipe de Néri.
Uma mulher confessou
que tinha fofocado. Mas o santo, que era alegre, bom e generoso, disse-lhe:
“Senhora, como penitência, antes de lhe dar a absolvição,
vá para casa, pegue numa galinha, arranque as suas penas e depois saia pelo
bairro, lance por toda a parte as penas da galinha e depois volte aqui”.
No dia seguinte,
acrescentou, a senhora voltou:
“Fiz aquilo, padre, dá-me a absolvição?”
Eloquente a
resposta de são Filipe:
“Não, falta outra coisa, senhora, vá pelo bairro e
recupere todas as penas, porque falar mal é assim: sujar o outro.”
Com efeito,
acrescentou o Papa, quem fala mal, suja, destrói a fama, aniquila a vida e
muitas vezes sem motivo, contra a verdade. Eis que Jesus rogou por nós, por
todos nós que estamos aqui e pelas nossas comunidades, paróquias e dioceses,
“para que sejam um só”.
Concluindo,
Francisco exortou a rezar ao Senhor para que nos conceda a graça, porque é
grande a força do diabo, do pecado que nos impele às divisões, sempre! É
preciso dirigir-se ao Senhor a fim de que nos dê a graça, o dom que faz a unidade:
o Espírito Santo, continuou, desejando que nos conceda este dom que faz a
harmonia, porque Ele é a harmonia, a glória das nossas comunidades. E que nos
dê a paz, mas com a unidade. Por isso, peçamos a graça da unidade para todos os
cristãos, a grande graça e a pequena graça de cada dia para as nossas
comunidades e famílias. E inclusive a graça de pôr o freio na língua!
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