domingo, 6 de maio de 2018

06 de maio - Francisco de Montmorency-Laval


Francisco de Montmorency-Laval, nobre filho da França, animado também do carisma missionário, poderia aspirar às carreiras humanas mais prometedoras, mas preferiu corresponder generosamente ao convite de Cristo que o enviava a anunciar o evangelho em regiões longínquas. 
Eleito Vigário Apostólico na “Nova França”, revestido do caráter episcopal, estabelece-se em Quebec, e entrega-se com zelo infatigável à expansão do Reino de Deus realizando a figura ideal do Bispo: consagra aos índios a primeira parte do seu ministério; viaja sem descanso através de uma imensa região, a metade do continente norte-americano; funda o seminário de Quebec, que virá a ser a “Universidade Laval”, uma das primeiras Universidades católicas dos tempos modernos; ocupa-se com cuidado particular, dos sacerdotes, dos religiosos e das religiosas; obtém da Santa Sé a instituição em Paris de um seminário para as “Missões Estrangeiras”.

Papa João Paulo II – Homilia de Beatificação – 22 de junho de 1980

Da família Montmorency-Laval, uma das mais ilustres da França, Francisco nasceu em 30 de abril de 1623, em Montigny-sur-Avre. Educado pelos jesuítas de La Flèche, ele recebeu a tonsura, mas com a morte de seu pai, ainda tinha que cuidar dos assuntos e negócios de sua família, como chefe da família.

Ordenado sacerdote em 1647, foi nomeado arcebispo de Évreux, onde o bispo era seu tio. Quando em 1653 foi nomeado Vigário Apostólico de Tonkin, na Indochina, a viagem tornou-se impossível, e ele se retirou por quatro anos para o Hermitage, em uma escola de espiritualidade aberta por Juan de Bernières.

Sua vida missionária começou em 1658, ano em que foi nomeado vigário apostólico da Nova França e bispo titular de Petra. Chegou a Quebec - no Canadá - no ano seguinte, e em trinta anos desenvolveu uma formidável atividade apostólica, organizando aquela incipiente Igreja, lutando contra as tendências galegas dos governadores e defendendo os índios. Foi o primeiro Bispo do Canadá.

Francisco de Laval era ao mesmo tempo um administrador capaz, um missionário de coração ardente, um homem digno e humilde, um místico heroico e discreto. Basta pensar que ele passou cinquenta anos em Quebec, enfrentando milhares de dificuldades e provações, mantendo sempre uma impressionante serenidade. Sua vida é um verdadeiro épico, como o de muitos fundadores da Igreja canadense. Ele era amigo de grandes e pequenos, dos nativos e dos franceses.

Ele deve o Seminário de Quebec - Laval University, desde 1852 -, e a construção da diocese em 1674, da qual ele foi o primeiro bispo. O Irmão Housssart, quando o Bispo de Laval faleceu em 6 de maio de 1708, revelou a elevação espiritual e mística daquele a quem serviu, consagrando sua memória a publicação de um livro. Durante os últimos anos de sua vida, o Bispo de Quebec sofreu grandes problemas de saúde que se tornaram uma deficiência física importante, principalmente para suas viagens missionárias:

"Vimos ele fazer longas peregrinações a pé, sem dinheiro, pedindo seu pão e escondendo o seu nome. Ele queria imitar os primeiros apóstolos da igreja primitiva e agradecia a Deus por ter algo a sofrer por seu amor." 

O incansável bispo viajava sem descanso, no inverno e no verão, pela sua imensa diocese. No San Lorenzo, montado em um barco frágil, no qual ele remava, ou no inverno, com a "capela" nas costas, ele se aventurou em Montreal caminhando com raquetes de neve, sendo muitas vezes surpreendido pelos ventos e pela neve. Ele visitava os doentes no Hôtel-Dieu em Quebec e os curava, e os ajudava até sua morte. Este descendente do primeiro Barão da França ia sozinho à igreja todos os dias às 4 da manhã. Como sacristão, abria a porta, tocava os sinos e preparava o altar para celebrar a missa às 4:30 o povo dizia que ele celebrava sua missa como um anjo! E em seu pobre quarto no Seminário, ele dormia nas tábuas, colocando debaixo da cama o colchão que o irmão Houssart lhe emprestou.

Quando morreu, não tinha nada: entregara todos os bens aos pobres. O Papa João Paulo II o beatificou em 1980, depois de estudar um importante registro dos milagres e favores obtidos por sua intercessão. O papa Francisco, por decreto de "canonização equivalente", inscreveu-o em 2014 no catálogo dos santos e estendeu seu culto à Igreja universal.

São Francisco de Montmorency-Laval, "foi no Canadá Santo Agostinho, na Bretanha, São Bonifácio, na Alemanha, ou Cirilo e Metódio, nos povos eslavos".

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