quarta-feira, 25 de abril de 2018

Felizes os puros de coração, porque verão a Deus. Gaudete et Exsultate – nºs 83 a 86


Esta bem-aventurança diz respeito a quem tem um coração simples, puro, sem imundície, pois um coração que sabe amar não deixa entrar na sua vida algo que atente contra esse amor, algo que o enfraqueça ou coloque em risco. Na Bíblia, o coração significa as nossas verdadeiras intenções, o que realmente buscamos e desejamos, para além do que aparentamos: O homem vê as aparências, mas o Senhor olha o coração. Ele procura falar-nos ao coração e nele deseja gravar a sua Lei. Em última análise, quer dar-nos um coração novo.

Vela com todo o cuidado sobre o teu coração. Nada de manchado pela falsidade tem valor real para o Senhor. Ele foge da duplicidade, afasta-Se dos pensamentos insensatos. O Pai, que vê no oculto, reconhece o que não é limpo, ou seja, o que não é sincero, mas só casca e aparência; e de igual modo também o Filho sabe o que há em cada ser humano.

É verdade que não há amor sem obras de amor, mas esta bem-aventurança lembra-nos que o Senhor espera uma dedicação ao irmão que brote do coração, pois ainda que eu distribua todos os meus bens e entregue o meu corpo para ser queimado, se não tiver amor, de nada me vale. Também vemos, no Evangelho de Mateus, que é o que provém do coração (…) que torna o homem impuro, porque de lá procedem os homicídios, os roubos, os falsos testemunhos. Nas intenções do coração, têm origem os desejos e as decisões mais profundas que efetivamente nos movem.

Quando o coração ama a Deus e ao próximo, quando isto é a sua verdadeira intenção e não palavras vazias, então esse coração é puro e pode ver a Deus. São Paulo lembra, em pleno hino da caridade, que vemos como num espelho, de maneira confusa, mas, à medida que reinar verdadeiramente o amor, tornar-nos-emos capazes de ver face a face. Jesus promete que as pessoas de coração puro verão a Deus.

Manter o coração limpo de tudo o que mancha o amor: isto é santidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário