sexta-feira, 13 de abril de 2018

Deus me chama a ser Santo - Gaudete et Exsultate – nºs 14 a 18

Para ser santo, não é necessário ser bispo, sacerdote, religiosa ou religioso. Muitas vezes somos tentados a pensar que a santidade esteja reservada apenas àqueles que têm possibilidade de se afastar das ocupações comuns, para dedicar muito tempo à oração. Não é assim. Todos somos chamados a ser santos, vivendo com amor e oferecendo o próprio testemunho nas ocupações de cada dia, onde cada um se encontra
És uma consagrada ou um consagrado? Sê santo, vivendo com alegria a tua doação
Estás casado? Sê santo, amando e cuidando do teu marido ou da tua esposa, como Cristo fez com a Igreja.
És um trabalhador? Sê santo, cumprindo com honestidade e competência o teu trabalho ao serviço dos irmãos
És progenitor, avó ou avô? Sê santo, ensinando com paciência as crianças a seguirem Jesus
Estás investido em autoridade? Sê santo, lutando pelo bem comum e renunciando aos teus interesses pessoais.

Deixa que a graça do teu Batismo frutifique num caminho de santidade. Deixa que tudo esteja aberto a Deus e, para isso, opta por Ele, escolhe Deus sem cessar. Não desanimes, porque tens a força do Espírito Santo para tornar possível a santidade e, no fundo, esta é o fruto do Espírito Santo na tua vida. Quando sentires a tentação de te enredares na tua fragilidade, levanta os olhos para o Crucificado e diz-Lhe: "Senhor, sou um miserável! Mas Vós podeis realizar o milagre de me tornar um pouco melhor". Na Igreja, santa e formada por pecadores, encontrarás tudo o que precisas para crescer rumo à santidade.

Esta santidade, a que o Senhor te chama, irá crescendo com pequenos gestos. Por exemplo, uma senhora vai ao mercado fazer as compras, encontra uma vizinha, começam a falar e… surgem as críticas. Mas esta mulher diz para consigo: "Não! Não falarei mal de ninguém". Isto é um passo rumo à santidade. Depois, em casa, o seu filho reclama a atenção dela para falar das suas fantasias e ela, embora cansada, senta-se ao seu lado e escuta com paciência e carinho. Trata-se doutra oferta que santifica. Ou então atravessa um momento de angústia, mas lembra-se do amor da Virgem Maria, pega no terço e reza com fé. Este é outro caminho de santidade. Noutra ocasião, segue pela estrada fora, encontra um pobre e detém-se a conversar carinhosamente com ele. É mais um passo.

Quando estava na prisão, o Cardeal Francisco Xavier Nguyen van Thuan renunciou a desgastar-se com a ânsia da sua libertação. A sua decisão foi “viver o momento presente, cumulando-o de amor"; eis o modo como a concretizava: "aproveito as ocasiões que vão surgindo cada dia para realizar ações ordinárias de maneira extraordinária”. 

Deste modo, sob o impulso da graça divina, com muitos gestos vamos construindo aquela figura de santidade que Deus quis para nós: não como seres autossuficientes, mas “como bons administradores das várias graças de Deus” (1 Ped 4, 10). 


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