quinta-feira, 26 de abril de 2018

Felizes os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus. Gaudete et Exsultate – nºs 87 a 89

Esta bem-aventurança faz-nos pensar nas numerosas situações de guerra que perduram. Da nossa parte, é muito comum sermos causa de conflitos ou, pelo menos, de incompreensões. Por exemplo, quando ouço qualquer coisa sobre alguém e vou ter com outro e lhe digo; e até faço uma segunda versão um pouco mais ampla e espalho-a. E, se o dano que consigo fazer é maior, até parece que me causa maior satisfação. O mundo das murmurações, feito por pessoas que se dedicam a criticar e destruir, não constrói a paz. Pelo contrário, tais pessoas são inimigas da paz e, de modo nenhum, bem-aventuradas.

Os pacíficos são fonte de paz, constroem paz e amizade social. Àqueles que cuidam de semear a paz por todo o lado, Jesus faz-lhes uma promessa maravilhosa: “serão chamados filhos de Deus”. Aos discípulos, pedia-lhes que, ao chegar a uma casa, dissessem: a paz esteja nesta casa! A Palavra de Deus exorta cada crente a procurar, juntamente com todos, a paz, pois é com a paz que uma colheita de justiça é semeada pelos obreiros da paz. E na nossa comunidade, se alguma vez tivermos dúvidas acerca do que se deve fazer, procuremos aquilo que leva à paz, porque a unidade é superior ao conflito.

Não é fácil construir esta paz evangélica que não exclui ninguém; antes, integra mesmo aqueles que são um pouco estranhos, as pessoas difíceis e complicadas, os que reclamam atenção, aqueles que são diferentes, aqueles que são muito fustigados pela vida, aqueles que cultivam outros interesses. É difícil, requerendo uma grande abertura da mente e do coração, uma vez que não se trata de um consenso de escritório ou uma paz efémera para uma minoria feliz nem de um projeto de poucos para poucos. Também não pretende ignorar ou dissimular os conflitos, mas aceitar suportar o conflito, resolvê-lo e transformá-lo no elo de ligação de um novo processo. Trata-se de ser artesãos da paz, porque construir a paz é uma arte que requer serenidade, criatividade, sensibilidade e destreza.

Semear a paz ao nosso redor: isto é santidade.

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