quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

26 de dezembro - Vós sereis odiados por todos, por causa do meu nome. Mas quem perseverar até o fim, esse será salvo. Mt 10,22

Depois de ter celebrado o Nascimento de Jesus na terra, hoje comemoramos o nascimento para o céu de Santo Estêvão, o primeiro mártir. Não obstante à primeira vista possa parecer que entre as duas celebrações não há um vínculo, na realidade existe, e é muito forte.

Ontem, na liturgia do Natal, ouvimos proclamar: “O Verbo fez-se carne e habitou entre nós”. Santo Estêvão pôs em crise os chefes do seu povo porque, cheio de fé e do Espírito Santo, acreditava firmemente e professava a nova presença de Deus entre os homens; sabia que o verdadeiro templo de Deus já é Jesus, Verbo eterno que veio habitar entre nós e que se fez como nós em tudo, exceto no pecado. Mas Estêvão é acusado de pregar a destruição do templo de Jerusalém. A acusação que dirigem contra ele é de ter afirmado que Jesus de Nazaré há de destruir este lugar e há de mudar as tradições que Moisés nos legou.

Com efeito, a mensagem de Jesus é importuna e incomoda-nos, porque desafia o poder religioso mundano e provoca as consciências. Depois da sua vinda, é necessário converter-se, mudar de mentalidade, renunciar a pensar como antes, mudar, converter-se. Estêvão permaneceu ancorado na mensagem de Jesus até à morte. Eis as suas últimas orações: “Senhor Jesus, recebe o meu espírito” e “Senhor, não tenhas em conta este pecado que eles cometeram”; estas duas preces são o eco fiel daquelas pronunciadas por Jesus na cruz: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” e “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”. Aquelas palavras de Estêvão tornaram-se possíveis porque o Filho de Deus veio à terra e morreu e ressuscitou por nós; antes destes acontecimentos elas eram expressões humanamente impensáveis.

Portanto também nós, diante do Menino Jesus no presépio, podemos rezar-lhe assim: “Senhor Jesus, confiamos-te o nosso espírito, recebe-o”, para que a nossa existência seja verdadeiramente uma vida boa, segundo o Evangelho.

Papa Francisco – 26 de dezembro de 2017

Hoje celebramos:

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