segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

10 de dezembro - Vendo-lhes a fé, ele disse: Homem, teus pecados estão perdoados. Lc 5,20


Sempre, quando nos aproximamos do Senhor para pedir algo, devemos começar pela fé e fazê-lo na fé: tenho fé que me podes curar, creio que tu podes fazer isto. É preciso ter a coragem de o desafiar, como o paralítico de hoje.
Como rezo eu? Quando preciso de algo, como o peço? Peço-o com fé ou como um papagaio? Simplesmente repito: Senhor, preciso disto! ou tenho verdadeiro interesse por aquilo que peço? Ou se vier, vem; caso contrário, é má sorte: não, isto não funciona assim.

Com efeito, a oração, quando peço algo, começa a partir da fé; mas se eu não tiver tanta fé, posso dizer como aquele homem: “Creio, Senhor, mas aumentai a minha fé que é pouca”. Por isso, devemos começar a prece assim, e com aquela fé desafiar o Senhor.

Mas muitas vezes há dificuldades, como no trecho do Evangelho de hoje, chegam com o paralítico, com o leito, e havia uma multidão dentro e fora da casa, não conseguiam aproximar-se. Sem dúvida, se tivesse sido uma pessoa poderia abrir caminho e ir, mas havia quatro pessoas com o leito: era impossível. Mas eles queriam que o seu amigo fosse curado.

E também aquele paralítico queria ser curado, e foram atrás da casa, subiram no telhado, abriram uma fenda e fizeram descer o leito com o paralítico diante de Jesus: que bonito presente! E Jesus, enquanto pregava, vê descer aquele homem, mas eles queriam que o seu amigo fosse curado, queriam isto: havia uma dificuldade e souberam ir além das dificuldades, procurar o modo de se aproximar de Jesus com a fé que pode curar. E tiveram a coragem de procurar o modo.

Eis que é preciso ter coragem para lutar e chegar ao Senhor, coragem para ter fé no início: “Se quiseres, podes curar-me, se quiseres, eu creio”. E também coragem para me aproximar do Senhor, quando existem dificuldades. É preciso ter aquela coragem: muitas vezes é preciso ter paciência e saber esperar os tempos, sem desistir, indo sempre em frente. Não teria sentido aproximar-me ao Senhor com fé e dizer: Se quiseres, podes dar-me esta graça, e então, visto que depois de três dias a graça não chega, pedir outra coisa e esquecer. É preciso ter coragem.

Papa Francisco – 12 de janeiro de 2016

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