domingo, 16 de dezembro de 2018

16 de dezembro - Beato Honorato (Venceslau) Kozminski de Biala


“Desde o meu primeiro momento no ingresso da Ordem, sempre busquei isso: fazer conhecer aos homens o amor de Deus”.

"Todos os dias venho de Cristo, vou a Cristo e volto a Cristo"

Verdadeiro filho espiritual de São Francisco, sacerdote e apóstolo. Um ministro regular do sacramento do perdão e da reconciliação, seu serviço heroico no confessionário tornou-se uma verdadeira direção espiritual. Ele teve o dom profundo de saber descobrir e mostrar os caminhos da vocação divina. Ele era um homem de constante oração, particularmente na adoração do Santíssimo Sacramento; imerso em Deus e ao mesmo tempo aberto à realidade terrena. Uma testemunha ocular disse que ele "sempre andou com Deus".


É vivido, como se sabe, em tempos difíceis: tempos difíceis para o país e para a Igreja. A Polônia havia passado pelas divisões. Na Polônia, o estado de guerra foi proclamado após o levante de janeiro e todas as ordens religiosas foram suprimidas, restando apenas alguns mosteiros, condenados quase à morte, porque os noviciados haviam sido fechados. O terror policial sobrecarregou todas as áreas da vida escolar. Foi então que o nosso bem-aventurado Honorato formulou o princípio que se tornou a inspiração para a sua atividade apostólica: "o " estado " de homens e mulheres religiosos, é uma instituição divina, por isso não pode ser menor, já que sem ele o Evangelho não seria alcançado, portanto, pode e só deve mudar de forma.

Quão eloquente é sua confiança: "devemos orar com fervor, o Senhor quer algo de mim, mais e mais vezes vêm a mim as almas de diferentes estados, educação, livre e pedem para mostrar-lhes a direção, eles querem entrar em um convento, e acima de tudo pedem permissão para fazer os votos de castidade. Não há conventos. Onde e como dirigir essas almas? Em primeiro lugar, não é lícito enviá-los ao exterior, pois este é o fruto desta terra; aqui eles devem permanecer, não é lícito privar esta terra do fruto maduro e mais bonito que ela deu. O que permanecerá aqui quando removermos as almas sagradas, chamar? Deus quer algo, ele proverá... Ore também por nós para obter a luz de Deus, para que Deus possa revelar o que ele quer que façamos para essas almas ".

Foi assim que o Bem-aventurado Honorato pensou e trabalhou, a quem o Senhor deu a sua graça e quem foi impulsionado por uma força interior. Ele indicou o caminho para a perfeição que veio da leitura do Evangelho e da contemplação. Ele encorajou a permanecer em seu ambiente e imitar a vida de Jesus e Maria em Nazaré, para praticar os conselhos evangélicos em ocultação, sem sinais externos. Ele se tornou um inovador da vida monástica e fundador de uma nova forma semelhante aos institutos leigos de hoje. Através de suas filhas e seus filhos espirituais, ele tentou regenerar na sociedade o espírito zeloso dos primeiros cristãos, e alcançou através deles todos os ambientes. Ainda hoje dezessete congregações, vindas do círculo de sua espiritualidade, operam em dezenove países nos quatro continentes.

Papa João Paulo II – Homilia de Beatificação – 16 de outubro de 1988 


Venceslau Kozminski nasceu a 16 de outubro de 1829, na Polônia, filho de uma família mergulhada na fé cristã, que deu ao filho uma sólida formação católica, desenvolvida progressivamente durante a carreira de estudos, que culminaram no curso de arquitetura.

Entretanto ia também crescendo e amadurecendo nele a vocação para o sacerdócio, que o levou a deixar a casa paterna e entrar no noviciado dos capuchinhos. Depois de ter feito em Lublin os estudos de filosofia e teologia, transferiu-se para Varsóvia, onde a 27 de dezembro de 1855 foi ordenado sacerdote com o nome de Honorato de Biala.

Em Varsóvia lançou-se de imediato ao ministério da pregação e direção espiritual, desempenhou diversos cargos dentro da ordem, e ao mesmo tempo dava aulas de religião em escolas, colégios e pensionatos. Tomou a seu cargo a associação do santo Rosário da terceira ordem franciscana. Mas o carisma mais notável de Honorato aparece sobretudo na fundação de associações e congregações religiosas: entre 1874 e 1896 foram mais de vinte as instituições fundadas por ele.

Na qualidade de comissário geral da província capuchinha, desenvolveu intensa atividade, vendo-se por vezes constrangido a transgredir leis civis injustas de perseguição contra conventos. Ainda hoje é impressionante o trabalho apostólico realizado por Honorato, apesar das restrições imposta pelo regime.

Por meio do confessionário e correspondência epistolar, fundou 26 associações religiosas, das quais surgiram numerosas congregações. Das 16 ainda hoje existentes, apenas 2 delas têm hábito religioso próprio; as outras 14 (2 masculinas e 12 femininas) não: pode por isso considerar-se o precursor dos institutos seculares. Dessa forma contribui decisivamente para a sobrevivência da fé na Polônia.

A sua atividade apostólica não se limitou à de notável pregador e zeloso diretor espiritual: deixou também escritos, com o fim de dar a conhecer ao povo o amor de Deus, como ele mesmo diz “Manual Espiritual”.

Foi um exemplar filho de São Francisco na forma de sentir e viver o amor de Deus em Cristo e o mistério da Igreja. Em 1906 organizou uma peregrinação nacional ao santuário mariano de Czestochowa, em que participaram mais de meio milhão de pessoas.  Em 1908, em consequência da reorganização das suas congregações, decidida pela conferência episcopal, retiraram-lhe a direção das mesmas: aceitou com docilidade as determinações das autoridades, reservando-se apenas a sua direção espiritual, de sacerdotes e confessor.
Em 16 de dezembro de 1916, com a venerável idade de 87 anos, passou o exílio da terra à pátria celeste. No testamento tinha manifestado o desejo de se esconder “nas chagas de Jesus” e de “entregar a alma ao Criador com a mesma disposição com que Cristo entregou o espírito nas mãos do Pai”.

Em 16 de outubro de 1988, o papa João Paulo II o proclamou bem-aventurado.


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