Eis o anúncio mais
importante da nossa história: a
anunciação a Maria. Um trecho denso, cheio de vida, e que gosto de ler à
luz de outro anúncio: o do nascimento de João Batista. Dois anúncios que se
seguem e que estão unidos; dois anúncios que, se forem comparados, nos mostram
aquilo que Deu nos doa no seu Filho.
A
anunciação de João Batista ocorre quando Zacarias, sacerdote, pronto para dar
início à ação litúrgica, entra no Santuário do Templo, enquanto toda a
assembleia está do lado de fora, à espera. Ao contrário, a anunciação de Jesus
realiza-se num lugar remoto da Galileia, numa cidade periférica e com uma fama
não particularmente boa, no anonimato da casa de uma jovem de nome Maria.
Um
contraste não irrelevante, que nos indica que o novo Templo de Deus, o novo
encontro de Deus com o seu povo, terá lugar em locais onde normalmente não
esperamos, às margens, na periferia. Ali se marcarão encontro, ali se
encontrarão; ali Deus se fará carne para caminhar conosco desde o seio da sua
Mãe. Já não será um lugar reservado a poucos, enquanto a maioria permanece
fora, à espera. Nada e ninguém lhe será indiferente, nenhuma situação será
privada da sua presença: a alegria da salvação tem início na vida quotidiana da
casa de uma jovem de Nazaré.
O
próprio Deus é Aquele que toma a iniciativa e escolhe inserir-se, como fez com
Maria, nas nossas casas, nas nossas lutas do dia a dia, repletas de ansiedades
e, ao mesmo tempo, de desejos. E é precisamente dentro das nossas cidades, das
nossas escolas e universidades, das praças e dos hospitais que se cumpre o
anúncio mais bonito que podemos ouvir: “Alegra-te,
o Senhor está contigo!” Uma alegria que gera vida, que gera esperança, que
se faz carne no modo em que olhamos para o porvir, na atitude com que olhamos
para os outros. Uma alegria que se torna solidariedade, hospitalidade,
misericórdia para com todos.
Papa Francisco – 25
de março de 2017
Hoje
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