terça-feira, 25 de dezembro de 2018

25 de dezembro - Santa Anastácia


A vida de santa Anastácia, transmitida de geração a geração, desde os primórdios do cristianismo, traz os episódios históricos verídicos mesclados a fatos lendários e às tradições orais. 
Diocleciano foi imperador romano entre os anos 284 e 305, nesta época, Anastácia, filha de Protestato e Fausta, ambos romanos e pagãos, era uma jovem belíssima. Junto com sua mãe, foi convertida à fé cristã por seu tio Crisógono, futuro santo mártir.  As duas se dedicavam a ajudar os pobres e à conversão de pagãos.

Com a morte da mãe, o pai lhe impôs o casamento com Públio, um rico pagão da nobreza romana, cheio de vícios, bebia, jogava, e frequentava casas de prostituição. Mesmo contra a vontade, Anastácia se casou, e tinha-lhe tanto asco que se fingia de doente para não partilhar o leito com ele. Logo o marido a proibiu de envolver-se com qualquer tipo de atividade, como era de costume entre as damas da sociedade. Mas ela continuou ajudando os pobres às escondidas e, quando o marido foi informado, puniu-a com crueldade. Foi proibida de sair de casa e ficou sem alimento. Naquele momento, o consolo veio por meio dos conselhos do tio Crisógono, que já era perseguido e acabou sendo preso.

Na ocasião, o imperador Diocleciano nomeou Públio embaixador na Pérsia. 
Ele partiu deixando Anastácia sob a guarda de Codizo, homem cruel que tinha ordem de deixá-la morrer lentamente de fome. Logo chegou a notícia da súbita morte de Públio e Anastácia foi libertada e soube que seu conselheiro, Crisógono, seria transferido para o julgamento na Corte imperial de Aquiléia. A discípula o acompanhou na viagem e assistiu o interrogatório e, depois, a sua decapitação.

Cada vez mais firme na fé, voltou a prestar caridade aos pobres e a pregar o evangelho de Cristo. Suspeita de ser cristã, foi levada à presença do prefeito de Roma, que tentou fazê-la renunciar à sua religião. Também o próprio imperador Diocleciano tentou convencê-la, mas tudo inútil.

Anastácia voltou para a prisão e em seguida, Diocleciano partiu para a Macedônia, levando consigo os prisioneiros cristãos, inclusive ela. Da Macedônia foram para Esmirna, na Dalmácia, atual Turquia. Lá, outros cristãos denunciados foram presos. Entre eles estavam a matrona Teodora e seus três filhos, depois também santos da Igreja. A eles Anastácia dispensava especial atenção. Os carcereiros informaram o imperador, que mandou prender Anastácia durante um mês no pior dos regimes carcerários. No fim do período, ela estava mais bela do que antes, e ainda mais firme na sua fé. 

Inconformado, o imperador a entregou para ser morta junto com os outros presos cristãos.  Anastácia morreu queimada viva, no dia 25 de dezembro de 304, em Esmirna. Suas cinzas foram coletadas por uma mulher chamada Apolonia que as depositou em uma pequena igreja em seu jardim.

Embora essa 'passio' seja cheia de inconsistências, é certo que o culto à santa Anastácia mártir em Sirmio é muito antigo e depois se espalhou para Constantinopla e Roma. Em Sirmio, suas relíquias foram veneradas até por volta de 460, quando mais tarde o patriarca Gennadio as transferiu para uma Igreja de Constantinopla, que então tomou o nome dela; em Roma desde o século IV existia uma igreja titular, já dirigida a ela no centro, próximo ao Circo Massimo, Palatino.
No começo do século VI o nome da mártir Anastácia foi inserido no Canon da celebração da Missa, a sua festa foi fixada em 25 de dezembro.
É representado sem atributos particulares entre as virgens no desfile na igreja de São Apolinário Novo, também está presente na porta de bronze da Igreja de São Marco em Veneza, na catedral de Zadar, e na abadia de Benediktbeuren.

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