terça-feira, 18 de dezembro de 2018

18 de dezembro - Enquanto José pensava nisso, eis que o anjo do Senhor apareceu-lhe, em sonho. Mt 1,20


José é um homem do qual não sabemos nem sequer a idade e que carrega nos ombros todas estas promessas de descendência, herança, paternidade, filiação e estabilidade do povo. Uma grande responsabilidade que no entanto, como se lê no Evangelho de Mateus, se encontra toda concentrada num sonho. Aparentemente, tudo isto parece demasiado sutil, frágil demais. E contudo é exatamente este o estilo de Deus com o qual José se identifica plenamente: ele um sonhador é capaz de aceitar esta tarefa gravosa e que tem muito para nos dizer neste tempo de forte sentido de orfandade. Assim ele aceita a promessa de Deus e leva-a em frente em silêncio com fortaleza, leva-a em frente para que se cumpra a vontade de Deus.

Portanto, eis delineada a figura de José: o homem escondido, o homem do silêncio, o homem que serve de pai adotivo; o homem que tem a maior autoridade naquele momento sem a mostrar. Um homem, que nos poderia dizer muito, e contudo não fala, que poderia comandar, uma vez que comanda o Filho de Deus, e no entanto obedece. A ele, ao seu coração, Deus confia coisas débeis: com efeito, uma promessa é débil, assim como é débil uma criança, mas também uma jovem sobre a qual ele teve uma suspeita. Debilidades que continuam também nos eventos sucessivos: Pensemos no nascimento do Menino, na fuga para o Egito...

Todas estas debilidades, José toma-as pela mão, põe-nas no coração e leva-as em frente como se levam em frente as debilidades, com ternura, com muita ternura, com a ternura com a qual se pega no colo uma criança. Por isso, a liturgia oferece o exemplo do homem que não fala mas obedece, o homem da ternura, o homem capaz de levar em frente as promessas para que se tornem firmes, seguras; o homem que garante a estabilidade do reino de Deus, a paternidade de Deus, a nossa filiação como filhos de Deus. Eis por que motivo, gosto de pensar em José como o guardião das debilidades, inclusive das nossas debilidades. Com efeito, ele é capaz de fazer nascer muitas coisas bonitas das nossas debilidades, dos nossos pecados. Ele é guardião das debilidades para que se tornem firmes na fé.

Papa Francisco – 20 de março de 2017

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