No Evangelho,
ouvimos a genealogia de Jesus, que não é uma mera lista de nomes, mas história
viva, história dum povo com o qual Deus caminhou e, ao fazer-Se um de nós, quis
anunciar que, no seu sangue, corre a história de justos e pecadores, que a
nossa salvação não é uma salvação asséptica, de laboratório, mas concreta,
de vida que
caminha. Esta longa lista diz-nos que somos uma pequena parte duma longa
história e ajuda-nos a não pretender protagonismos excessivos, ajuda-nos a
fugir da tentação de espiritualismos evasivos, a não abstrair das coordenadas
históricas concretas em que nos cabe viver. E também integra, na nossa história
de salvação, aquelas páginas mais obscuras ou tristes, os momentos de desolação
e abandono comparáveis ao exílio.
A menção das
mulheres – nenhuma das referidas na genealogia pertence à hierarquia das
grandes mulheres do Antigo Testamento – permite-nos uma abordagem especial: na
genealogia, são elas que anunciam que, pelas veias de Jesus, corre sangue
pagão, que recordam histórias de marginalização e sujeição. Em comunidades onde
ainda se arrastam estilos patriarcais e machistas, é bom anunciar que o
Evangelho começa por salientar mulheres que criaram tendência e fizeram
história.
Papa Francisco – 08 de
setembro de 2017
Hoje
celebramos:
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