segunda-feira, 30 de julho de 2018

30 de julho - Santa Maria de Jesus Sacramentado Venegas


Santa Maria de Jesus Sacramentado Venegas, primeira mexicana canonizada, soube permanecer unida a Cristo na sua longa existência terrestre, e por isso deu abundantes frutos de vida eterna. A sua espiritualidade caracterizou-se por uma singular piedade eucarística, pois é claro que um caminho excelente para a união com o Senhor consiste em buscá-lo, adorá-lo e amá-lo no santíssimo mistério da sua presença real no Sacramento do Altar.

Ela desejou prolongar a sua obra com a fundação das Filhas do Sagrado Coração de Jesus, que hoje dão continuidade na Igreja ao seu carisma da caridade para com os pobres e enfermos. Com efeito, o amor de Deus é universal, quer chegar a todos os homens e por isso a nova Santa compreendeu que o seu dever consistia em difundi-lo, prodigalizando-se em atenções a todos até ao ocaso dos seus dias, inclusivamente quando a energia física começava a declinar e as árduas provações por que passou ao longo da sua existência debilitavam as suas forças. Fidelíssima na observância das constituições, respeitosa aos Bispos e sacerdotes, solícita para com os seminaristas, Santa Maria de Jesus Sacramentado constitui uma eloquente testemunha de absoluta consagração ao serviço de Deus e da humanidade que sofre.

Papa João Paulo II – Homilia de Canonização – 21 de maio de 2000

“Os idosos são viajantes que estão indo e é preciso acompanhá-los com a maior ternura possível”. Tal frase só poderia estar nos lábios de uma pessoa sensível e atenta, pressurosa e delicada, tão enamorada de Nosso Senhor Jesus Cristo para vê-Lo em todas as pessoas idosas e sofredoras. Assim se delineia a figura e a personalidade de Maria Natividade de Jesus Sacramentado, a primeira mulher mexicana proclamada santa.

Seu pai era um católico tão fervoroso e convicto, que renunciou aos estudos universitários de jurisprudência no momento em que percebeu que estavam minando a sua Fé. Este católico coerente e corajoso transmitiu aos seus doze filhos os princípios que cultivava.

Natividade Venegas de La Torre nasceu em 8 de setembro de 1868, em Zapotlanejo, Jalisco, no México. A última de doze filhos, sua vida se desenvolve em uma atmosfera de simplicidade, sem eventos extraordinários. Em sua infância, fica órfã de mãe e aos 19 anos morre seu pai e ela é confiada aos cuidados de uma tia paterna. Maria Natividade sentiu uma forte atração pela vida religiosa; em 8 de dezembro de 1898, ela se tornou parte da Associação das Filhas de Maria e reforça com essa experiência seu espírito de oração e, com isso, sua vida interior, à medida que cresce em seu amor por Jesus, a Eucaristia.

Em 8 de dezembro de 1905, após ter assistido a uns Exercícios Espirituais, uniu-se ao grupo de senhoras fundado recentemente pelo Cônego Atenógenes Silva y Alvarez Tostado, e que com a aprovação do arcebispo local dirigia em Guadalajara um pequeno hospital para os pobres, o Hospital do Sagrado Coração. Em 1910, emitiu, de forma privada, os votos de pobreza, castidade e obediência.

Em 1912, as companheiras elegeram-na Vigária, posto que ocupou até 25 de janeiro de 1921, quando foi eleita Superiora Geral. Desse modo, com o conselho de eclesiásticos autorizados, transformou a sua comunidade numa verdadeira Congregação religiosa.

Durante a perseguição religiosa de 1926, redigiu as Constituições que regeriam as Filhas do Sagrado Coração de Jesus, e em 8 de setembro de 1930, Festa da Natividade de Maria, estas foram aprovadas, sendo assim reconhecido o novo Instituto. Madre Nati, como era conhecida, e as Irmãs formularam seus votos perpétuos. Ela mudou então seu nome para Irmã Maria de Jesus Sacramentado.

Desde então foram fundadas Casas na diocese para atender anciãos doentes e desvalidos. Entre outras em Mazatlán, la Barca, Santa Anita, Durango, Guadalajara, Tepic, Cananea, Mazatlán, Hermosillo, Salvatierra e Mochis.

Exerceu o cargo de Superiora Geral entre 1921 e 1954, conseguindo conservar a sua fundação nos anos difíceis da perseguição religiosa. Amou e serviu a Igreja, cuidou da formação das suas co-irmãs, entregou a vida pelos pobres e sofredores, tornou-se um modelo de irmã-enfermeira.

Em 1956, Irmã Maria de Jesus, que também era mística, sofreu uma embolia cerebral da qual não se recuperou totalmente. Após deixar a direção da sua Congregação, passou os últimos anos de vida, marcados pela enfermidade, em oração e recolhimento, dando mais um testemunho de sua abnegação. Em 25 de julho de 1959, sua saúde se agravou. No dia 29 sofreu uma síncope. No dia 30 de julho de 1959, aos 91 anos de idade, entregou sua alma ao Criador, cheia de paz, depois de receber os sacramentos.

No dia 31, festa de Santo Inácio de Loyola, de quem era grande devota, foi solenemente sepultada, sendo que seu funeral foi assistido por incontáveis pessoas de todas as classes.

Foi beatificada por João Paulo II, em novembro de 1992. Sua canonização ocorreu em 21 de maio do Ano Santo 2000, em Roma, na solene cerimônia do Grande Jubileu da Encarnação de Jesus Cristo, no dia dedicado ao México, junto com o grupo de 25 Beatos Mártires Mexicanos.

O milagre reconhecido para sua canonização diz respeito ao Sr. Anastasio Ledezma Mora, que foi levado ao Hospital do Sagrado Coração, para se submeter a uma cirurgia. Após a anestesia, seu coração começou a ficar lento, que diminuiu gradualmente até a parada total do coração e das artérias. Na época eles tentaram terapias de ressuscitação, mas em vão, e o paciente caiu em coma profundo. Os médicos e enfermeiros presentes no centro cirúrgico, assim como a esposa e as filhas religiosas do Sagrado Coração de Jesus, invocaram a intercessão da Beata Maria de Jesus Sacramentado. Após 10 ou 12 minutos os batimentos foram recuperados, além do que os médicos poderiam esperar, o paciente não sofreu nenhum dano cerebral e após alguns dias ele foi submetido a cirurgia prevista, sem nenhuma complicação. A retomada do batimento cardíaco severamente interrompido foi considerada surpreendente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário