segunda-feira, 16 de julho de 2018

16 de julho - Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos? Mt 12,48

Quem ama seu pai ou sua mãe mais que a mim, não é digno de mim. Quem ama seu filho mais que a mim, não é digno de mim; quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim.
Com essas palavras Jesus não quer cancelar o quarto mandamento, e nem podemos pensar que o Senhor, depois de ter realizado o seu milagre pelos esposos de Caná, depois de ter consagrado o vínculo conjugal entre o homem e a mulher, depois de ter restituído filhos e filhas à vida familiar, nos peça para ser insensíveis a estes vínculos! Esta não é a explicação.

Ao contrário, quando Jesus afirma a primazia da fé em Deus, não encontra um termo de comparação mais significativo dos afetos familiares. E, aliás, estes mesmos laços familiares, dentro da experiência da fé e do amor de Deus, são transformados, são repletos de um sentido maior e tornam-se capazes de ir além de si mesmos, para criar uma paternidade e uma maternidade mais amplas, e para acolher como irmãos e irmãs também aqueles que estão nas margens de cada vínculo.

Um dia, a quem lhe disse que fora a sua mãe e os seus irmãos andavam à sua procura, Jesus respondeu, indicando os seus discípulos: “Eis aqui minha mãe e meus irmãos! Aquele que faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.

A sabedoria dos afetos que não se compram e não se vendem é o melhor talento do gênio familiar. Precisamente em família aprendemos a crescer naquela atmosfera de sabedoria dos afetos. A sua gramática aprende-se ali, caso contrário é muito difícil aprendê-la. E é exatamente esta a linguagem através da qual Deus se faz compreender por todos.

O convite a pôr os vínculos familiares no âmbito da obediência da fé e da aliança com o Senhor não os mortifica; pelo contrário, protege-os, liberta-os do egoísmo, preserva-os da degradação, põe-nos em salvo para a vida que não morre.

Quando os afetos familiares se deixam converter ao testemunho do Evangelho, tornam-se capazes de coisas impensáveis, que fazem tocar com mão as obras de Deus, aquelas obras que Deus realiza na história, como as que Jesus realizou em prol dos homens, das mulheres, das crianças que encontrou.

Um só sorriso roubado milagrosamente ao desespero de uma criança abandonada, que recomeça a viver, explica-nos o agir de Deus no mundo mais de mil tratados de teologia. Um só homem e uma só mulher, capazes de arriscar e de se sacrificar por um filho de outros, e não só pelo próprio, explicam-nos coisas do amor que muitos cientistas já não compreendem. E onde há estes afetos familiares, nascem estes gestos do coração que são mais eloquentes do que as palavras. O gesto do amor...

Papa Francisco – 02 de setembro de 2015

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