segunda-feira, 30 de julho de 2018

30 de julho - O Reino dos Céus é como o fermento que uma mulher pega e mistura com três porções de farinha, até que tudo fique fermentado. Mt 13,33


Jesus pergunta aos discípulos: “Mas como posso explicar o Reino de Deus? Com o que o posso comparar?” e utiliza dois exemplos da vida diária: o grão de mostarda e o fermento. Ambos são pequenos, parecem inócuos, mas quando entram em movimento, têm dentro de si um poder que sai e cresce, vai além, até mais do que se possa imaginar. É precisamente este o mistério do Reino.
De fato, a realidade é que o grão tem um poder interno, assim como o fermento, e também o poder do Reino de Deus vem de dentro; a força vem de dentro, o crescimento vem do interior.

Eis então a realidade prefigurada pela parábola: Dentro de nós e na criação — porque vamos juntos rumo à glória — existe uma força que desencadeia: é o Espírito Santo. Aquele que nos dá a esperança. E, viver na esperança significa deixar que estas forças do Espírito vão em frente e nos ajudem a crescer rumo a esta plenitude que nos espera na glória.

Na parábola se diz também que o grão de mostarda é tomado e lançado. Um homem pegou nele e lançou-o ao jardim e que o fermento não foi deixado inerme: uma mulher pegou nele e misturou-o. Isto é, compreende-se que se o grão não for pego e lançado, se o fermento não for pego e misturado, permanecem ali e a força interior que possuem fica ali. Do mesmo modo, se quisermos conservar para nós o grão, será só um grão. Se não o misturarmos com a vida, com a farinha da vida, o fermento permanece só fermento. Por conseguinte, é preciso lançar, misturar a coragem da esperança. Que cresce, porque o Reino de Deus cresce a partir de dentro, não por proselitismo. Cresce com a força do Espírito Santo.

A tal propósito recordemos que a Igreja teve sempre, a coragem de pegar e lançar, de tomar e misturar, o medo de o fazer. Muitas vezes vemos que se prefere uma pastoral de conservação em vez de deixar que o reino cresça. Quando acontece isto permanecemos o que somos, pequeninos, talvez nos sintamos seguros mas o Reino não cresce. Mas para que o reino cresça é preciso coragem: lançar o grão, misturar o fermento.

Alguém poderia objetar: Se eu lançar o grão, perco-o. Mas esta é a realidade: haverá sempre alguma perda, ao semear o reino de Deus. Se eu misturar o fermento sujo as mãos: graças a Deus! Ai daqueles que pregam o reino de Deus com a ilusão de não sujar as mãos. Esses são guardas de museus: preferem as coisas bonitas ao gesto de lançar para que a força se desencadeie, de misturar para que a força faça crescer.

Pensem no grão de mostarda e no fermento, no lançar e no misturar e se perguntem: Como está a minha esperança? É uma ilusão? Um talvez? Ou acredito que dentro dela reside o Espírito Santo? Falo com o Espírito Santo?

Papa Francisco – 31 de outubro de 2017

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