Geraldo Cagnoli
nasceu em Valença, Piamonte, aproximadamente em 1268. Após a morte de seu pai,
cuidou de sua mãe que tinha tuberculose até a sua morte por volta de 1280,
abandonou o mundo e passou a viver como peregrino mendigando o pão e visitando
os santuários.
Esteve em Roma,
Nápoles, Catania e possivelmente em Erice (Trapani). Impressionado pela fama de
santidade do franciscano São Luís de Anjou, bispo de Toulouse, ingressou na
Ordem dos Frades Menores em Randazzo, Sicília, onde fez o noviciado e viveu
algum tempo. Do convento de Randazzo passou a Palermo na qualidade de porteiro,
onde permaneceu até sua morte tendo a admiração de seus co-irmãos e dos fiéis
por suas virtudes. Levava uma vida de dura penitência e oração segundo os
ideais de estreita pobreza evangélica e amarga mortificação, de retorno à
pureza original do domínio franciscano característico da corrente rigorista,
que eles foram vividos e pregados por São Luís de Anjou.
Perto da porta do
convento plantou um cipreste e montou um pequeno altar em honra da Virgem e de
São Luís de Anjou, de quem era devoto. Ali ardia continuamente uma lâmpada de
azeite. Com um pequeno ramo de cipreste banhado no azeite da lâmpada, benzia os
enfermos com seguinte fórmula: “Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo,
pela intercessão da Virgem Maria, de São Francisco e de São Luís sê liberto
desta enfermidade”. Os milagres se sucediam.
Enrique d’Abbati
braço direito do rei, estava gravemente enfermo e tinha perdido toda a
esperança. Frei Geraldo foi chamado e consolou o enfermo com palavras fraternas,
orou por ele, e este foi milagrosamente curado. Profetizou
a outro funcionário do Reino, Pedro de Antioquia, então gravemente enfermo, a
próxima cura, enquanto profetizou a William Rainiondo Moncada que retornaria ao
castelo perto de Augusta, do qual ele havia sido privado durante as guerras:
fatos todos que não falharam em se tornar realidade. Particular ênfase é dada nas biografias para as previsões
relativas à libertação de Termini Imerese, sitiada pelos exércitos de Robert de
Anjou (1338), e o nascimento do primogênito de Pedro II de Aragão e Isabel da
Caríntia
Homem de profunda oração,
dormia poucas horas sob uma desnuda tábua; com instrumento de penitência
maltratava seu corpo; contínua oração, íntima união com Deus, era o programa de
sua vida.
Tinha transcorrido
mais de 30 anos na Ordem Franciscana, quando na festa de São João Evangelista
de 1342 lhe apareceu a Santíssima Virgem e lhe assegurou que dentro de dois
dias voaria ao céu. Ante este anúncio Geraldo se alegrou muitíssimo e se
preparou para as bodas eternas com grande fervor. A 29 de dezembro recebeu com
profunda devoção os últimos sacramentos da fé e adormeceu serenamente no sono
dos justos. Tinha 75 anos.
Seu sepulcro foi
meta de muitas peregrinações de devotos que iam a seu socorro. Seu culto
continuou sem interrupções. Os despojos mortais do Beato Geraldo Cagnoli
repousam no templo de São Francisco em Palermo, a poucos passos da porta do
convento que por longos anos foi testemunha de sua santidade.
Em 31 de maio de
1908, Pio X o declarou beato.
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