quarta-feira, 11 de julho de 2018

11 de julho - São Pio I - Papa


São Pio I, décimo Papa da Igreja (de 140 a 155), foi o sucessor de Santo Higino.  Nasceu em Aquiléia, cidade situada ao norte da Itália, por volta dos anos 90. A palavra Pio (em latim Pius) significa piedoso, inclinado à devoção, à piedade. Este era o seu nome de batismo, porque foi só a partir do século X que os Papas começaram a adotar um novo nome quando eleitos ao Papado. Seu pai, Rufino, o educou na religião cristã, enviando-o posteriormente a Roma para aperfeiçoar-se na instrução das letras e da Santa Religião.  Desenvolveu-se tão bem nas santas virtudes que acabou sendo admitido em um colégio de clérigos regulares, onde sobressaiu-se extraordinariamente pelo seu zelo e caridade.

O Papa Santo Higino, a quem sucederia após o martírio, durante seu pontificado o consagrou bispo regional, exercendo funções de coadjutor no governo da Igreja.  Foi por isto que São Pio acompanhou de perto as lutas empreendidas contra as heresias de Valentino e Marción, que culminou no martírio de Santo Higino. Ele mesmo já lhe havia instruído na vigilância pastoral, a fim de que zelasse para que a semente do erro não se deixasse vingar em solo sagrado.

Após o martírio de Santo Higino, os fiéis romanos o elegeram após três dias consecutivos de jejum e intensa oração. São Pio governou a Igreja durante os reinados dos imperadores Antonino Pio e Marcus Aurelius. Eleito São Pio I, assumiu com humildade e fé todas suas atribuições divinas. Testemunha ocular das investidas do inimigo, assumiu certo de que encontraria os mesmos obstáculos de seu predecessor, aceitando o comando com a consciência de que também deveria receber o prêmio do martírio.

Com muita determinação e empenho apostólicos, prosseguiu condenando as heresias de Valentino e Marción, que continuava infestando a cidade de Roma com sua doutrina maligna. Do trabalho já empreendido anteriormente por Santo Higino, conseguiu finalmente impedir que o erro se alastrasse danosamente. Seu sucesso provocou o ódio de alguns magistrados gentis que o denunciaram, mandando ao cárcere, onde foi submetido a uma série de tormentos, tendo em seguida sido finalmente degolado.

S. Pio também teve grandes pensadores e professores da Igreja a seu lado, como Justino (filósofo e mártir) e outros que visitaram Roma e lhe trouxeram o apoio suficiente para consolidar Roma como o centro da Igreja Cristã.

Em seu papado foi construída uma das mais antigas igrejas em Roma, a Santa Pudenziana. Esta igreja foi edificada no mesmo lugar em que era a casa do senador romano Pudente, pai de Pudenziana. Conforme a maioria dos historiadores, uma vez o Senador romano Pudente hospedou o Apóstolo Pedro nesta casa.

Foi ele o primeiro dos Papas a estabelecer que a celebração da Páscoa ocorresse no primeiro domingo após a lua cheia de março.  Inspirado nos escritos de Justino, Diálogo com Trifão, Pio estabeleceu normas para acolher os judeus convertidos à fé cristã. Decretando que, Segundo El Liber Pontificalis, os judeus convertidos ao cristianismo poderiam ser batizados na Igreja no Domingo da Ressurreição.
Ao tomar conhecimento de que cristãos estavam sendo martirizados em Leon de França solicitou ao bispo que cuidasse de suas relíquias, assim como foi feito com Estevão.

Proibiu também, com graves penas, a transferência dos bens da Igreja.  Da mesma forma, coibiu a negligência dos sacerdotes na celebração dos divinos ofícios e na administração da Eucaristia.  Seu irmão Hermas, logo após seu martírio, escreveu um livro intitulado "Pastor" (documento conhecido como "O Pastor de Hermas"), um dos mais antigos documentos dos Padres Apostólicos.


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