quarta-feira, 2 de maio de 2018

Sinais de Santidade no mundo de hoje: Alegria e senso de humor - Gaudete et Exsultate nºs 122 a 128


O que ficou dito até agora não implica um espírito retraído, tristonho, amargo, melancólico ou um perfil sumido, sem energia. O santo é capaz de viver com alegria e sentido de humor. Sem perder o realismo, ilumina os outros com um espírito positivo e rico de esperança. Ser cristão é “alegria no Espírito Santo” (Rm 14, 17), porque, “do amor de caridade, segue-se necessariamente a alegria. Pois quem ama sempre se alegra na união com o amado. Daí que a consequência da caridade seja a alegria”. Se deixarmos que o Senhor nos arranque da nossa concha e mude a nossa vida, então poderemos realizar o que pedia São Paulo: “Alegrai-vos sempre no Senhor! De novo o digo: alegrai-vos!”

Os profetas anunciavam o tempo de Jesus, que estamos a viver, como uma revelação da alegria: “exultai de alegria” (Is 12, 6). E não esqueçamos a exortação de Neemias: “não vos entristeçais, porque a alegria do Senhor é que é a vossa força”.

Maria, que soube descobrir a novidade trazida por Jesus, cantava: “o meu espírito se alegra” e o próprio Jesus “estremeceu de alegria sob a ação do Espírito Santo”. Quando Ele passava, “a multidão alegrava-se”. Depois da sua ressurreição, onde chegavam os discípulos, havia grande alegria. Jesus assegurou-nos: “Manifestei-vos estas coisas, para que esteja em vós a minha alegria, e a vossa alegria seja completa”.

Existem momentos difíceis, tempos de cruz, mas nada pode destruir a alegria sobrenatural, é uma segurança interior, uma serenidade cheia de esperança que proporciona uma satisfação espiritual incompreensível à luz dos critérios mundanos.

Normalmente a alegria cristã é acompanhada pelo sentido do humor, tão saliente, por exemplo, em São Tomás More, São Vicente de Paulo, ou São Filipe Néri. O mau humor não é um sinal de santidade

Não estou a falar da alegria consumista e individualista muito presente em algumas experiências culturais de hoje. Com efeito, o consumismo só atravanca o coração; pode proporcionar prazeres ocasionais e passageiros, mas não alegria. Refiro-me, antes, àquela alegria que se vive em comunhão, que se partilha e comunica, porque “a felicidade está mais em dar do que em receber” e “Deus ama quem dá com alegria”. O amor fraterno multiplica a nossa capacidade de alegria, porque nos torna capazes de rejubilar com o bem dos outros: “alegrai-vos com os que se alegram”.




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