sábado, 19 de maio de 2018

19 de maio - Jesus fez ainda muitas outras coisas, mas, se fossem escritas todas, penso que não caberiam no mundo os livros que deveriam ser escritos. Jo 21,25


Como bem sabemos, as Sagradas Escrituras constituem o testemunho escrito da Palavra divina, o memorial canônico que corrobora o acontecimento da Revelação. Por conseguinte, a Palavra de Deus precede e excede a Bíblia. É por este motivo que a nossa fé não tem no centro unicamente um livro, mas uma história de salvação e sobretudo uma Pessoa, Jesus Cristo, Palavra de Deus que se fez carne. Precisamente porque o horizonte da Palavra divina abrange e se estende para além da Escritura, para a compreender de maneira adequada é necessária a presença constante do Espírito Santo, que “ensina toda a verdade” (Jo 16, 13). 

É preciso inserir-se na corrente da grandiosa Tradição que, com a assistência do Espírito Santo e a orientação do Magistério, reconheceu os escritos canônicos como Palavra dirigida por Deus ao seu povo e jamais cessou de os meditar e descobrir as suas riquezas inesgotáveis. O Concílio Vaticano II reiterou-o com grande clarividência na Constituição dogmática Dei Verbum: “Tudo quanto diz respeito à interpretação da Escritura está sujeito ao juízo último da Igreja, que tem o mandato divino e o ministério de guardar e interpretar a palavra de Deus”.

Como nos recorda ainda a mencionada Constituição conciliar, existe uma unidade inseparável entre Sagrada Escritura e Tradição, porque ambas derivam de uma mesma fonte: “A sagrada Tradição, portanto, e a Sagrada Escritura estão intimamente unidas e compenetradas entre si. Com efeito, derivando ambas da mesma fonte divina, formam como que uma só realidade e tendem para o mesmo fim. A Sagrada Escritura é a palavra de Deus, enquanto foi escrita por inspiração do Espírito Santo; a sagrada Tradição, por sua vez, transmite integralmente aos sucessores dos Apóstolos a palavra de Deus confiada por Cristo Senhor e pelo Espírito Santo aos Apóstolos, para que eles, com a luz do Espírito de verdade, a conservem, exponham e difundam fielmente na sua pregação; daqui resulta, assim, que a Igreja não haure só da Sagrada Escritura a sua certeza a respeito de todas as coisas reveladas. Por isso, ambas devem ser recebidas e veneradas com igual espírito de piedade e reverência”.

Papa Francisco – 12 de abril de 2013

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