sábado, 26 de maio de 2018

26 de maio - São Filipe Neri e a galinha


O Papa Francisco revelou: Uma vez ouvi estas palavras num bairro: “Não vou à igreja porque, olha para aquela, vai todas as manhãs à missa, recebe a comunhão e depois vai de casa em casa a falar mal: para ser cristão assim prefiro não ir, como aquela bisbilhoteira”.
E prosseguiu: Na minha terra estas pessoas chamam-se “semeadoras de joio”: lançam joio, dividem, e as divisões começam com a língua por inveja, ciúme e fechamento.

A propósito o Papa recordou que, no capítulo 3 da sua carta, o apóstolo Tiago diz: “Somos capazes de pôr o freio na boca do cavalo! Até um navio com um pequeno leme pode ser guiado e nós não conseguimos dominar a língua?” Porque a língua, escreve Tiago, “é um pequeno membro mas vangloria-se de fazer grandes coisas”. E é verdade, confirmou o Papa: a língua é capaz de destruir uma família, uma comunidade, uma sociedade; de semear ódio, guerra e inveja. E voltou a propor as palavras da prece de Jesus: “Pai, rogo por aqueles que crerem em mim, para que todos sejam um só, como eu e tu”. Mas quanta distância há entre a oração de Jesus e a vida de uma comunidade cristã habituada a bisbilhotar. E é por isso que Jesus roga ao Pai por nós.

Para tornar ainda mais concreta e insistente a sua meditação, o Papa narrou um episódio da vida de são Filipe de Néri.

Uma mulher confessou que tinha fofocado. Mas o santo, que era alegre, bom e generoso, disse-lhe:
“Senhora, como penitência, antes de lhe dar a absolvição, vá para casa, pegue numa galinha, arranque as suas penas e depois saia pelo bairro, lance por toda a parte as penas da galinha e depois volte aqui”.
No dia seguinte, acrescentou, a senhora voltou:
“Fiz aquilo, padre, dá-me a absolvição?”
Eloquente a resposta de são Filipe:
“Não, falta outra coisa, senhora, vá pelo bairro e recupere todas as penas, porque falar mal é assim: sujar o outro.”

Com efeito, acrescentou o Papa, quem fala mal, suja, destrói a fama, aniquila a vida e muitas vezes sem motivo, contra a verdade. Eis que Jesus rogou por nós, por todos nós que estamos aqui e pelas nossas comunidades, paróquias e dioceses, “para que sejam um só”.

Concluindo, Francisco exortou a rezar ao Senhor para que nos conceda a graça, porque é grande a força do diabo, do pecado que nos impele às divisões, sempre! É preciso dirigir-se ao Senhor a fim de que nos dê a graça, o dom que faz a unidade: o Espírito Santo, continuou, desejando que nos conceda este dom que faz a harmonia, porque Ele é a harmonia, a glória das nossas comunidades. E que nos dê a paz, mas com a unidade. Por isso, peçamos a graça da unidade para todos os cristãos, a grande graça e a pequena graça de cada dia para as nossas comunidades e famílias. E inclusive a graça de pôr o freio na língua!


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