Com a pergunta: Um cego pode guiar outro
cego?, Jesus quer frisar que um guia não pode ser cego, mas deve ver bem,
isto é, deve possuir a sabedoria para guiar com sabedoria, caso contrário corre
o risco de causar danos às pessoas que a ele se confiam. Assim Jesus chama a
atenção de quantos têm responsabilidades educativas ou de chefia: os pastores
de almas, as autoridades públicas, os legisladores, os mestres, os pais,
exortando-os a estar cientes do próprio papel delicado e a discernir sempre o
caminho certo pelo qual conduzir as pessoas.
E Jesus usa uma expressão sapiencial para
indicar a si mesmo como modelo de mestre e guia a ser seguido: Não está o
discípulo acima do mestre, mas o discípulo bem formado será como o mestre.
É um convite a seguir o seu exemplo e o seu ensinamento para ser guias seguros
e sábios. E tal ensinamento está inserido sobretudo no sermão da montanha, indicando
a atitude da mansidão e da misericórdia para ser pessoas sinceras, humildes e
justas.
No trecho de hoje encontramos outra frase
significativa, que exorta a não ser presunçoso nem hipócrita. Diz assim: Porque
reparas no argueiro que está na vista do teu irmão, e não reparas na trave que
está na tua própria vista? Muitas vezes, todos sabemos, é mais fácil ou cômodo
ver e condenar os defeitos e os pecados alheios, sem conseguir ver os próprios
com a mesma lucidez. Escondemos sempre os nossos defeitos, inclusive de nós
mesmos; mas, é fácil ver os defeitos alheios. A tentação é sermos indulgentes
conosco — benevolente consigo mesmo — e duros com os outros.
É útil ajudar o próximo com conselhos sábios,
mas quando observamos e corrigimos os defeitos do nosso próximo, devemos estar
cientes que também nós temos defeitos. Se penso que não os tenho, não posso
condenar nem corrigir os outros. Todos temos defeitos: todos. Devemos estar
cientes disto e, antes de condenar os outros, devemos olhar para dentro de nós
mesmos. Assim podemos agir de modo credível, com humildade, testemunhando a
caridade.
Papa Francisco – 03 de
março de 2019
Hoje celebramos:
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