sexta-feira, 13 de setembro de 2019

13 de setembro - Pode um cego guiar outro cego? Não cairão os dois num buraco? Lc 6,39


Com a pergunta: Um cego pode guiar outro cego?, Jesus quer frisar que um guia não pode ser cego, mas deve ver bem, isto é, deve possuir a sabedoria para guiar com sabedoria, caso contrário corre o risco de causar danos às pessoas que a ele se confiam. Assim Jesus chama a atenção de quantos têm responsabilidades educativas ou de chefia: os pastores de almas, as autoridades públicas, os legisladores, os mestres, os pais, exortando-os a estar cientes do próprio papel delicado e a discernir sempre o caminho certo pelo qual conduzir as pessoas.

E Jesus usa uma expressão sapiencial para indicar a si mesmo como modelo de mestre e guia a ser seguido: Não está o discípulo acima do mestre, mas o discípulo bem formado será como o mestre. É um convite a seguir o seu exemplo e o seu ensinamento para ser guias seguros e sábios. E tal ensinamento está inserido sobretudo no sermão da montanha, indicando a atitude da mansidão e da misericórdia para ser pessoas sinceras, humildes e justas.

No trecho de hoje encontramos outra frase significativa, que exorta a não ser presunçoso nem hipócrita. Diz assim: Porque reparas no argueiro que está na vista do teu irmão, e não reparas na trave que está na tua própria vista? Muitas vezes, todos sabemos, é mais fácil ou cômodo ver e condenar os defeitos e os pecados alheios, sem conseguir ver os próprios com a mesma lucidez. Escondemos sempre os nossos defeitos, inclusive de nós mesmos; mas, é fácil ver os defeitos alheios. A tentação é sermos indulgentes conosco — benevolente consigo mesmo — e duros com os outros.

É útil ajudar o próximo com conselhos sábios, mas quando observamos e corrigimos os defeitos do nosso próximo, devemos estar cientes que também nós temos defeitos. Se penso que não os tenho, não posso condenar nem corrigir os outros. Todos temos defeitos: todos. Devemos estar cientes disto e, antes de condenar os outros, devemos olhar para dentro de nós mesmos. Assim podemos agir de modo credível, com humildade, testemunhando a caridade.

Papa Francisco – 03 de março de 2019

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