Por que motivo nós e os fariseus
jejuamos e os teus discípulos não jejuam?
Por quê? Porque, para vós, o jejum pertence à
lei e não é um dom espontâneo. Ora, em si mesmo, o jejum não tem valor; o que
conta é o desejo de quem jejua. Que proveito pensais ganhar jejuando
contrariados e forçados? O jejum é um arado maravilhoso para lavrar o campo da
santidade: converte os corações, desenraiza o mal, arranca o pecado, enterra o
vício, semeia a caridade; mantém a fecundidade e prepara a colheita da
inocência. Os discípulos de Cristo estão colocados no coração do campo maduro
da santidade: recolhem molhos de virtudes e gozam do Pão da nova colheita; por
conseguinte, não podem praticar jejuns doravante prescritos.
Por que motivo […] os teus discípulos
não jejuam?
O Senhor responde-lhes: Podem os companheiros do esposo ficar de luto,
enquanto o esposo estiver com eles? Aquele que toma mulher põe o jejum de
lado, abandona a austeridade; entrega-se totalmente à alegria, participa nos
banquetes; mostra-se afetuoso, delicado e alegre: faz tudo o que a sua afeição
pela esposa lhe inspira. Cristo celebrava as suas núpcias com a Igreja: por
isso, tomava parte nas refeições, não recusava convites; cheio de benevolência
e de amor, mostrava-Se humano, acessível, amável. É que Ele desejava unir o
homem a Deus, e fazer dos seus companheiros membros da família divina.
São Pedro Crisólogo (406-450),
bispo de Ravena
Hoje celebramos:
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