O episódio do Evangelho de hoje mostra-nos
Jesus na casa de um dos chefes dos fariseus, que observava com atenção como os
convidados para o almoço se preocupam em escolher os primeiros lugares. É uma
cena que vimos muitas vezes: procurar o melhor lugar, até com os cotovelos. Ao
ver esta cena, ele narra duas breves parábolas com as quais oferece duas
indicações: uma relativa ao lugar e a outra à recompensa.
Na primeira Jesus diz: Quando fores
convidado para as bodas, não te ponhas no primeiro lugar, pois pode ser que
seja convidada outra pessoa mais importante do que tu, e aquele que te convidou
te diga: “Cede o lugar a este!” Com esta recomendação, Jesus não tenciona
dar normas de comportamento social, mas uma lição sobre o valor da humildade. A
história ensina que o orgulho, o arrivismo, a vaidade e a ostentação são causas
de muitos males. E Jesus faz-nos compreender a necessidade de escolher o último
lugar, ou seja, de procurar a pequenez e o escondimento: a humildade. Quando
nos colocamos diante de Deus nesta dimensão de humildade, Deus exalta-nos,
debruça-se sobre nós para nos elevar a Si.
As palavras de Jesus sublinham atitudes
completamente diferentes e opostas: a atitude daquele que escolhe o próprio
lugar e a atitude de quem deixa que Deus lhe atribua e dele espera a
recompensa. Não o esqueçamos: Deus paga muito mais do que os homens! Ele
reserva-nos um lugar muito melhor do que aquele que nos dão os homens! O lugar
que Deus nos dá está próximo do seu coração, e a sua recompensa é a vida
eterna.
Na segunda parábola, Jesus indica a atitude de
abnegação que deve caracterizar a hospitalidade; Ele diz assim: Quando
ofereceres uma ceia, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos.
Serás feliz porque eles não podem retribuir-te. Trata-se de escolher a
gratuidade, em vez do cálculo oportunista que deseja alcançar uma recompensa,
que busca o interesse e que procura enriquecer-se ulteriormente. Com efeito os
pobres, os simples e aqueles que não contam nunca poderão retribuir o convite
para uma ceia. Assim Jesus demonstra a sua preferência pelos pobres e
excluídos, que são os privilegiados do Reino de Deus, e lança a mensagem fundamental
do Evangelho, que consiste em servir o próximo por amor a Deus.
Papa Francisco – 28 de
agosto de 2016
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