O Evangelho hoje narra o encontro de Jesus com
a viúva de Naim. Jesus, embora estando com os discípulos no meio da multidão, teve
a capacidade de ver uma pessoa, uma viúva que ia sepultar o seu único filho. É
preciso observar que no Antigo Testamento, os mais pobres eram as viúvas, os
órfãos e os estrangeiros, os forasteiros.
Antes de tudo, Jesus sentiu compaixão. De fato,
lê-se que: Vendo-a, o Senhor sentiu grande compaixão por ela. A
compaixão é um sentimento que envolve, é um sentimento do coração, das
vísceras, envolve tudo. Principalmente, não é o mesmo que “pena”, ou o de quem
diz ... que pena, pobrezinhos!”: não, não é o mesmo. Com efeito, a compaixão associa.
É “sofrer com”. E Jesus associa-se a uma viúva e a um órfão.
Por quê? Porque o seu coração, as suas vísceras
foram envolvidos, isto é, sentiu compaixão.
Depois Jesus aproximou-se. A compaixão
impeliu-o a aproximar-se. Posso ver muitas coisas sem me aproximar. Talvez
sinta qualquer dor... ou pense: pobres pessoas... Mas aproximar-se é outra
coisa. O Evangelho acrescenta um pormenor: Jesus disse à mulher não chores.
Depois houve o milagre da ressurreição do filho
da viúva, e Jesus não diz: Até à vista, e continuou o caminho, mas conduz o jovem,
dizendo: “Restituo-o à sua mãe”. Jesus realiza milagres para restituir,
para pôr as pessoas no próprio lugar.
Também nós devemos fazer o mesmo. De fato,
acontece que muitas vezes assistimos aos telejornais ou vemos as primeiras
páginas dos jornais, as tragédias..., as crianças não têm o que comer; as
crianças são soldados; as mulheres são escravizadas... oh, que calamidade!
Pobrezinhos..., depois contudo: viro a página e passo ao romance, à telenovela
que vem em seguida. Isto não é cristão.
Façamos um exame de consciência: Sou capaz de
sentir compaixão? De rezar? Quando vejo essas situações, que chegam dentro da
minha casa, através dos meios de comunicação, da tv... movem-me as vísceras? O
coração sofre por aquelas pessoas, ou sinto pena, digo “pobrezinhos” e acaba
assim...?
Papa Francisco – 19 de
setembro de 2017
Hoje celebramos:
Nenhum comentário:
Postar um comentário