O Evangelho apresenta a narração do chamado dos
primeiros discípulos. O chamado é precedido pelo ensinamento de Jesus à
multidão e por uma pesca milagrosa, realizada segundo a vontade do Senhor. Efetivamente,
enquanto a multidão se aglomera à margem do lago de Genesaré para ouvir Jesus,
Ele vê Simão desanimado por não ter pescado nada durante a noite inteira. No
início, ele pede para poder subir ao seu barco, para pregar à multidão
permanecendo a pouca distância da margem; depois, concluída a pregação,
ordena-lhe que se faça ao largo com os seus companheiros e que lance as redes.
Simão obedece, e eles pescam uma quantidade
incrível de peixes. Deste modo, o evangelista demonstra que os primeiros
discípulos seguiram Jesus, confiando nele, fundamentando-se na sua Palavra,
acompanhada inclusive por sinais prodigiosos. Observemos que, antes deste
sinal, Simão dirige-se a Jesus, chamando-lhe Mestre, enquanto depois lhe
chama Senhor. É a pedagogia do chamado de Deus, que não olha tanto para
as qualidades dos eleitos, mas para a sua fé, como a de Simão, que diz: “Por
causa da tua palavra, lançarei as redes”.
A imagem da pesca refere-se à missão da Igreja.
A este propósito, santo Agostinho comenta: “Os discípulos puseram-se duas
vezes a pescar após terem recebido a ordem do Senhor: uma vez antes da paixão,
e a segunda após a ressurreição. Nas duas pescas está representada a Igreja
inteira: a Igreja como é agora e como será depois da ressurreição dos mortos.
Agora, recebe uma multidão impossível de contar, abrangendo os bons e os maus;
após a ressurreição, incluirá somente os bons”.
A experiência de Pedro, certamente singular, é
também representativa do chamado de cada apóstolo do Evangelho, que nunca deve
desanimar no anúncio de Cristo a todos os homens, até aos confins do mundo.
Papa Bento XVI – 10 de
fevereiro de 2013
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