O Evangelho de Lucas hoje nos acompanha "a
um sítio plano", onde Jesus se detém com os Doze e onde se reúne uma
multidão de outros discípulos e de pessoas vindas de todas as partes para O
ouvir.
Insere-se neste quadro o anúncio das "bem-aventuranças".
Jesus, dirigindo o olhar aos seus discípulos, diz: "Bem-aventurados os
pobres... bem-aventurados vós, que agora tendes fome... bem-aventurados vós,
que chorais... bem-aventurados vós, quando os homens... desprezarem o vosso
nome" por minha causa. Por que os proclama bem-aventurados? Porque a
justiça de Deus fará com que eles sejam saciados, alegrados, libertos de
qualquer falsa acusação, numa palavra, porque os acolhe desde já no seu reino.
As bem-aventuranças baseiam-se no fato de que
existe uma justiça divina, que exulta quem foi humilhado injustamente e rebaixa
quem se exaltou. De fato, o evangelista depois dos quatro "bem-aventurados
vós", acrescenta quatro admoestações: "ai de vós, os ricos...
ai de vós, que estais agora fartos... ai de vós, que agora rides" e
"ai de vós, quando todos os homens disserem bem de vós" porque,
como afirma Jesus, as coisas inverter-se-ão, os últimos serão os primeiros, e
os primeiros serão os últimos.
Esta justiça e esta bem-aventurança realizam-se
no "Reino dos céus" ou "Reino de Deus", que terá o seu
cumprimento no fim dos tempos mas que já está presente na história. Onde os
pobres são confortados e admitidos no banquete da vida, ali manifesta-se já agora
a justiça de Deus. Esta é a tarefa que os discípulos do Senhor são chamados a
desempenhar também na sociedade atual. Encorajo de coração quantos trabalham em
todas as partes do mundo se comprometendo gratuitamente nas obras de justiça e
de amor.
Papa Bento XVI – 14 de
fevereiro de 2010
Hoje celebramos:
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