Quando Jesus percorria os caminhos da Galileia,
anunciando o Reino de Deus e curando os doentes, sentia compaixão pelas
multidões, porque estavam cansadas e oprimidas como ovelhas sem pastor. Aquele
olhar de Jesus parece alargar-se até hoje, até ao nosso mundo. Também hoje olha
para tanta gente oprimida por condições de vida difíceis, mas também desprovida
de pontos de referência válidos para encontrar um sentido e uma meta para a
existência. Multidões extenuadas encontram-se nos países mais pobres, provadas
pela indigência: e também nos países mais ricos são tantos os homens e mulheres
insatisfeitos, até doentes de depressão. Pensemos depois nos numerosos
desalojados e refugiados, em quantos emigram pondo em risco a própria vida. O
olhar de Cristo pousa sobre todas estas pessoas, aliás, sobre cada um destes
filhos do Pai que está nos céus: Vinde a mim, vós todos...
Jesus promete dar a todos o alívio, mas sob uma
condição: Tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei de Mim, que sou manso e
humilde de coração.
O que é este jugo, que em vez de pesar alivia,
e em vez de esmagar conforta? O jugo de Cristo é a lei do amor, é o seu
mandamento, que Ele deixou aos seus discípulos. O verdadeiro remédio para
as feridas da humanidade, quer materiais, como a fome e as injustiças, quer
psicológicas e morais causadas por um falso bem-estar, é uma regra de vida baseada
no amor fraterno, que tem a sua fonte no amor de Deus.
Por isso é preciso abandonar o caminho da
arrogância, da violência utilizada para obter posições de poder sempre maiores,
para garantir o sucesso a qualquer preço. Também em relação ao meio ambiente é
preciso renunciar ao estilo agressivo que dominou nos últimos séculos e adoptar
uma humildade razoável. Mas sobretudo nas relações humanas, interpessoais,
sociais, a regra do respeito e da não-violência, ou seja, a força da verdade
contra qualquer abuso, pode garantir um futuro digno do homem.
Papa Bento XVI – 03 de julho
de 2011
Hoje celebramos:
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