Quando, no Evangelho, Jesus convida os
discípulos à missão, não os ilude com miragens de sucesso fácil; ao contrário,
adverte-os claramente que o anúncio do Reino de Deus comporta sempre uma
oposição. E usa também uma expressão extrema: “Sereis odiados — odiados — de
todos por causa do meu nome”. Os cristãos amam, mas nem sempre são amados.
Jesus coloca-nos imediatamente diante desta realidade: numa medida mais ou
menos forte, a confissão da fé ocorre num clima de hostilidade.
Portanto, os cristãos são homens e mulheres
“contracorrente”. É normal: dado que o mundo está marcado pelo pecado, que se
manifesta em várias formas de egoísmo e de injustiça, quem segue Cristo caminha
em direção contrária. Não por espírito polémico, mas por fidelidade à lógica do
Reino de Deus, que é uma lógica de esperança, e traduz-se no estilo de
vida baseado nas indicações de Jesus.
E a primeira indicação é a pobreza. Quando
Jesus envia os seus em missão, parece que presta mais atenção ao “despojá-los”
do que ao “vesti-los”! Com efeito, o cristão que não é humilde e pobre,
desapegado das riquezas e do poder e sobretudo desprendido de si mesmo, não se
assemelha a Jesus. O cristão percorre o seu itinerário neste mundo com o que é
essencial para o caminho, porém com o coração cheio de amor. A verdadeira
derrota para ele ou para ela é cair na tentação da vingança e da violência,
respondendo ao mal com o mal. Jesus diz-nos: “Eu envio-vos como ovelhas no
meio de lobos”. Por conseguinte, sem facões, garras e armas. Pelo
contrário, o cristão deverá ser prudente, por vezes inclusive astuto: estas são
as virtudes aceites pela lógica evangélica. Mas nunca deve ceder à violência.
Para derrotar o mal, não podemos compartilhar os métodos do mal.
Papa Francisco – 28 de
junho de 2017
Hoje celebramos:
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