O cristão que se esconde por detrás do sempre
se fez assim comete pecado, tornando-se idólatra e rebelde e vivendo uma existência
remendada, meio a meio, precisamente porque fecha o seu coração às novidades do
Espírito Santo. Faço um convite a libertar-se dos hábitos, renovando-os, para
deixar espaço às surpresas de Deus.
Jesus no Evangelho nos ensina quando os
doutores da lei o repreendem porque os seus discípulos não faziam jejum: Mas
foi sempre assim, por que os teus não jejuam? E Jesus responde com este
princípio de vida:
Ninguém põe um remendo de pano novo em roupa
velha; ao contrário, o remendo arranca um novo pedaço da veste usada e torna-se
pior o rasgão. E ninguém põe vinho novo em odres velhos; se o fizer, o vinho
arrebentá-los-á e perder-se-á juntamente com os odres, mas para vinho novo,
odres novos!
Substancialmente, o que significa isto, muda a
lei? Não! Quer dizer, aliás, que a lei está ao serviço do homem que está ao
serviço de Deus e por isso o homem deve manter o coração aberto. A atitude de
quem diz foi sempre assim, nasce na realidade de um coração fechado. Ao
contrário Jesus disse-nos: “Enviar-vos-ei o Espírito Santo e Ele guiar-vos-á
para a verdade plena”.
Mas se mantiveres o coração fechado à novidade
do Espírito, nunca chegarás à verdade plena! E a tua vida cristã será meio a
meio, uma vida remendada com coisas novas mas sobre uma estrutura que não está
aberta à voz do Senhor: um coração fechado, porque não és capaz de mudar os
odres.
Exatamente este é o pecado de muitos cristãos
que se apegam ao que sempre foi feito e não deixam mudar os odres. Acabando
assim por viver uma existência pela metade, remendada, sem sentido.
Portanto, os cristãos obstinados repetem que
“sempre foi assim, este é o caminho, esta é a estrada”, pecam: pecam de
divinação. É como se tivessem ido à cartomante. No final resulta mais
importante o que foi dito e o que não muda; o que sinto — em mim e no meu
coração fechado — do que a palavra do Senhor. E isto é também pecado de
idolatria: a obstinação! O cristão que teima, peca de idolatria.
Papa Bento Francisco – 18
de janeiro de 2016
Hoje celebramos:
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