Naturalmente, com isso Jesus não quer cancelar
o quarto mandamento, que é o primeiro grande mandamento para as pessoas. Os
primeiros três estão em relação com Deus, este em relação com as pessoas. E nem
podemos pensar que o Senhor, depois de ter realizado o seu milagre pelos
esposos de Caná, depois de ter consagrado o vínculo conjugal entre o homem e a
mulher, depois de ter restituído filhos e filhas à vida familiar, nos peça para
ser insensíveis a estes vínculos! Esta não é a explicação.
O convite a pôr os vínculos familiares no
âmbito da obediência da fé e da aliança com o Senhor não os mortifica; pelo
contrário, protege-os, liberta-os do egoísmo, preserva-os da degradação,
põe-nos em salvo para a vida que não morre. A circulação de um estilo familiar
nas relações humanas é uma bênção para os povos: traz de novo a esperança
sobre a terra. Quando os afetos familiares se deixam converter ao testemunho do
Evangelho, tornam-se capazes de coisas impensáveis, que fazem tocar com mão as
obras de Deus, aquelas obras que Deus realiza na história, como as que Jesus
realizou em prol dos homens, das mulheres, das crianças que encontrou. Um só
sorriso roubado milagrosamente ao desespero de uma criança abandonada, que
recomeça a viver, explica-nos o agir de Deus no mundo mais de mil tratados de
teologia. Um só homem e uma só mulher, capazes de arriscar e de se sacrificar por
um filho de outros, e não só pelo próprio, explicam-nos coisas do amor que
muitos cientistas já não compreendem. E onde há estes afetos familiares, nascem
estes gestos do coração que são mais eloquentes do que as palavras. O gesto do
amor... Isto faz-nos refletir.
Papa Francisco – 02 de
setembro de 2015
Hoje celebramos:
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