domingo, 28 de julho de 2019

28 de julho - São Vitor I - Papa


São Vitor I, primeiro papa africano, foi sucessor de Santo Eleutério no trono pontifício, sendo o papa de número 14.
Nasceu na Tunísia, sendo criado sob a influência do Império Romano e do cristianinsmo, em uma época onde ainda existia muita perseguição.

Apóstolo rigoroso no zelo pela Igreja de Cristo, tinha pleno conhecimento de suas atribuições conferidas por Deus. Pôs em evidência a autoridade papal, combateu constantemente a heresia e tratou a questão da festa da Páscoa.

As heresias que surgiam, só não se propagaram danosamente, devido ao constante embate empreendido pelos Papas e companheiros mártires que, em grande número, testemunharam a fé com a própria vida. 

Durante o seu pontificado, Teodoro de Bizâncio, que havia negado a Cristo numa das perseguições, passou a ensinar que Jesus Cristo representava uma figura meramente humana e usava deste argumento, não só para disseminar o erro, mas particularmente para justificar a sua apostasia. Nesta grave afirmação, acabou corrompendo muitos fiéis e a ele filiaram-se não poucos sectários.  Não satisfeito com a difusão desta danosa doutrina, dirigiu-se a Roma a fim de alastrar o erro no centro da Religião de Cristo.  São Vitor imediatamente reagiu, declarando anátema o líder e todos que seguiam a falsa doutrina. Empreendeu luta tão intensa que conseguiu esvaziar completamente a heresia, de forma que Teodoro saiu de Roma e nunca mais dele se ouviu falar. 

Empreendeu firme resolução de não deixar vingar as investidas do erro em solo sagrado, conservando sua constante vigilância ao rebanho de Cristo. 

Na questão da fixação da Festa da Páscoa, enfrentou sérias discordâncias daqueles que tinha por costume, celebrar a festa da Páscoa no dia 14 da lua de março, coincidindo com os ritos judaicos.  No pontificado de Santo Aniceto (155 a 166), aliás, houve certa divergência entre ele e São Policarpo, que desejava muito que o costume da Igreja Asiática fosse introduzido na Igreja de Roma.  Santo Aniceto, com razão, não queria abolir o costume que fora introduzido por São Pedro. Porém, na época, permitiu que Igreja Asiática continuasse celebrando a Páscoa segundo seus costumes.

São Vitor, porém, chegou à conclusão que a diferença estabelecida entre a Igreja do Ocidente e a Igreja do Oriente, poderia acabar favorecendo uma eventual divisão dos fiéis e provável cisma. Decidiu, assim, uniformizar a celebração da Páscoa, conforme São Pedro já deixara padronizado. Assim, determinou que todas as Igrejas do mundo se ajustassem neste particular com a Igreja de Roma, ou seja, decretou que em nenhuma parte fosse celebrada a Páscoa no dia 14 do equinócio vernal, mas no primeiro domingo subsequente à primeira lua cheia de 14 de Nisã (calendário judaico).

Sucedeu que o bispo Polícrates, se opôs veementemente à decisão do Sumo Pontífice, o que acabou culminando em sua excomunhão.  Seu ato drástico resultou protestos de santo Irineu de Lião, o Papa Vitor acatou seus conselhos e retirou a sentença de excomunhão.

Prescreveu diversas outras normas canônicas, dentre as quais a que desobriga o uso de água consagrada da pia batismal.  Autorizou o uso de água natural para casos de grave necessidade, onde é facultado a qualquer cristão batizar, diante de possibilidade iminente de morte.

As medidas que tomou na liderança da Igreja marcam profundamente o culto católico atual. À exceção do idioma no qual as missas são celebradas, muitos dos costumes cristãos que marcam a sociedade ocidental são provenientes de sua época. Ainda que tenha sido marcante no sentido litúrgico e que sua época já apresentasse melhoras para a vida cotidiana dos fiéis, o Papa Vitor I foi vítima da chamada quinta perseguição, promovida pelo imperador romano Sétimo Severo, que era pagão. Acredita-se que Vitor I tenha sido martirizado nesse contexto e sua vida tenha se encerrado aos 44 anos de idade em 28 de julho de 199, após 10 anos de pontificado.



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