São Vitor I, primeiro
papa africano, foi sucessor de Santo Eleutério no trono pontifício, sendo o
papa de número 14.
Nasceu na Tunísia, sendo criado sob a influência do Império Romano e do cristianinsmo, em uma época onde ainda existia muita perseguição.
Apóstolo rigoroso
no zelo pela Igreja de Cristo, tinha pleno conhecimento de suas atribuições
conferidas por Deus. Pôs em evidência a autoridade papal,
combateu constantemente a heresia e tratou a questão da festa da Páscoa.
As heresias que
surgiam, só não se propagaram danosamente, devido ao constante embate
empreendido pelos Papas e companheiros mártires que, em grande número,
testemunharam a fé com a própria vida.
Durante o seu
pontificado, Teodoro de Bizâncio, que havia negado a Cristo numa das
perseguições, passou a ensinar que Jesus Cristo representava uma
figura meramente humana e usava deste argumento, não só para disseminar o erro,
mas particularmente para justificar a sua apostasia. Nesta
grave afirmação, acabou corrompendo muitos fiéis e a ele filiaram-se não
poucos sectários. Não satisfeito com a difusão desta danosa doutrina,
dirigiu-se a Roma a fim de alastrar o erro no centro da Religião de
Cristo. São Vitor imediatamente reagiu, declarando anátema o
líder e todos que seguiam a falsa doutrina. Empreendeu luta tão intensa que
conseguiu esvaziar completamente a heresia, de forma que Teodoro saiu
de Roma e nunca mais dele se ouviu falar.
Empreendeu firme
resolução de não deixar vingar as investidas do erro em
solo sagrado, conservando sua constante vigilância ao rebanho de
Cristo.
Na questão da
fixação da Festa da Páscoa, enfrentou sérias discordâncias daqueles que tinha
por costume, celebrar a festa da Páscoa no dia 14 da lua de março,
coincidindo com os ritos judaicos. No pontificado de Santo
Aniceto (155 a 166), aliás, houve certa divergência entre ele e São
Policarpo, que desejava muito que o costume da Igreja Asiática fosse introduzido
na Igreja de Roma. Santo Aniceto, com razão, não queria abolir o
costume que fora introduzido por São Pedro. Porém, na época, permitiu
que Igreja Asiática continuasse celebrando a Páscoa segundo seus costumes.
São Vitor,
porém, chegou à conclusão que a diferença estabelecida entre a Igreja do
Ocidente e a Igreja do Oriente, poderia acabar favorecendo uma
eventual divisão dos fiéis e provável cisma. Decidiu, assim, uniformizar a
celebração da Páscoa, conforme São Pedro já deixara padronizado. Assim,
determinou que todas as Igrejas do mundo se ajustassem neste particular com a
Igreja de Roma, ou seja, decretou que em nenhuma parte fosse celebrada a
Páscoa no dia 14 do equinócio vernal, mas no primeiro domingo subsequente à
primeira lua cheia de 14 de Nisã (calendário judaico).
Sucedeu que o bispo
Polícrates, se opôs veementemente à decisão do Sumo Pontífice, o que
acabou culminando em sua excomunhão. Seu ato drástico resultou
protestos de santo Irineu de Lião, o Papa Vitor acatou seus conselhos e retirou
a sentença de excomunhão.
Prescreveu diversas
outras normas canônicas, dentre as quais a que desobriga o uso de água
consagrada da pia batismal. Autorizou o uso de água natural para
casos de grave necessidade, onde é facultado a qualquer cristão
batizar, diante de possibilidade iminente de morte.
As medidas que
tomou na liderança da Igreja marcam profundamente o culto católico atual. À
exceção do idioma no qual as missas são celebradas, muitos dos costumes
cristãos que marcam a sociedade ocidental são provenientes de sua época. Ainda
que tenha sido marcante no sentido litúrgico e que sua época já apresentasse
melhoras para a vida cotidiana dos fiéis, o Papa Vitor I foi vítima da chamada
quinta perseguição, promovida pelo imperador romano Sétimo Severo, que era
pagão. Acredita-se que Vitor I tenha sido martirizado nesse contexto e sua vida
tenha se encerrado aos 44 anos de idade em 28 de julho de 199, após 10 anos de
pontificado.
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