Santo Antônio Daniel foi um missionário jesuíta
em Sainte-Marie entre os índios hurons e um dos mártires norte-americanos.
Nasceu em Dieppe em 27 de maio de 1601, era um
estudante de Direito que resolver abandonar a faculdade e entrar para a
Companhia de Jesus em Rouen, em 1621, onde tornou-se professor
de turmas júnior no mesmo colégio, no período de 1623 a 1627, sendo, neste
último ano, enviado para o colégio de Clermont em Paris, onde acabou por
estudar Teologia. Ordenou-se sacerdote em 1630 e ficou lecionando no
College at Eu.
Após sua ordenação, em 1632, partiu em missão
para o Canadá, na região conhecida como Arcádia, onde trabalhou evangelizando
os índios hurons, com seu companheiro, o Padre Ambroise. Chegaram à baía de Santa
Anne, em Cape Breton onde ministraram, por um ano, para os jesuítas que
haviam se estabelecido no território. Na primavera de 1633, Santo Antônio
e o seu companheiro Davost juntaram-se a Samuel de Champlain no caminho para
Quebec, chegando a seu destino em 24 de junho.
Em 1634, Santo Antônio viajou para
Wendake, junto com os Padres João de Brébeuf e Daoust. Ele
estudou a língua Wendat (Huron), tendo progredido rapidamente a ponto
de traduzir a Oração do Senhor, o Credo e outras orações para a língua dos
nativos. Lá, fundou uma escola que coordenou por quase dezesseis anos. Os
índios hurons tinham como inimigos a tribo dos iroqueses que em 04 de
julho de 1648 atacaram a missão de forma repentina, enquanto a maioria dos
homens huronianos estavam no comércio de Quebec.
O padre reuniu a todos antes das paliçadas serem
escaladas, correu para a capela onde as mulheres, crianças e idosos estavam
reunidos. Ele deu a absolvição geral a todos os presentes e, após mergulhar um
lenço em uma tigela de água, sacudiu na direção de todos batizando assim os
catecúmenos por aspersão. Ainda com suas vestes sacerdotais, ele pegou uma cruz
e caminhou na direção dos iroqueses. Eles pararam por um breve instante e, logo
depois, avançaram sobre o santo. Assim que o mataram, colocaram seu
corpo na capela que havia sido incendiada.
Ele foi o primeiro mártir dos missionários para
os huronianos. Seu superior, o Padre Ragueneau, escreveu sobre ele em uma carta
ao superior geral dos Jesuítas com os dizeres: “um homem
verdadeiramente notável, humilde, obediente, unido a Deus, de paciência
inabalável e coragem indômita na adversidade”.
Foi beatificado em 21 de junho 1925, em Roma,
pelo Papa Pio XI e canonizado em 29 de junho de 1930, pelo mesmo Papa.
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