sábado, 28 de setembro de 2019

28 de setembro - O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens. Lc 9,44


Depois que Pedro, em nome dos discípulos, professou a fé em Jesus, reconhecendo-o como o Messias, Jesus começou a falar abertamente daquilo que lhe acontecerá no fim.

Jesus diz: O Filho do homem — expressão com a qual se designa a si mesmo — será entregue nas mãos dos homens. No entanto, os discípulos não compreendiam estas palavras; e tinham medo de lhe perguntar.

Com efeito, parece evidente que entre Jesus e os discípulos havia uma profunda distância interior; encontram-se, por assim dizer, em duas dimensões diferentes, de modo que os discursos do Mestre não são compreendidos, ou são-no só superficialmente. Logo depois de ter manifestado a sua fé em Jesus, o apóstolo Pedro permite-se repreendê-lo, porque predisse que deverá ser rejeitado e morto. Após o segundo anúncio da paixão, os discípulos põem-se a discutir sobre qual deles é o maior; e depois do terceiro, Tiago e João pedem a Jesus para sentar à sua direita e à sua esquerda, quando Ele estiver na glória. Mas existem vários outros sinais desta distância: por exemplo, os discípulos não conseguem curar um jovem epiléptico, que em seguida Jesus cura com a força da oração; ou quando a Jesus são apresentadas algumas crianças, os discípulos repreendem-nas mas Jesus, ao contrário, indignado, fá-las permanecer ali e afirma que só quem é como elas pode entrar no Reino de Deus.

O que nos diz tudo isto? Recorda-nos que a lógica de Deus é sempre outra em relação à nossa, como o próprio Deus revelou pela boca do profeta Isaías: Os meus pensamentos não são os vossos, / e o vosso modo de agir não é o meu. Por isso, seguir o Senhor exige sempre do homem uma profunda conversão — de todos nós — uma mudança do modo de pensar e de viver, requer que abramos o coração à escuta, para nos deixarmos iluminar e transformar interiormente.
Um ponto-chave em que Deus e o homem se diferenciam é o orgulho: em Deus não há orgulho, porque Ele é toda a plenitude e está totalmente propenso para amar e dar vida; em nós homens, ao contrário, o orgulho está intimamente arraigado e exige vigilância e purificação constantes. Nós, que somos pequeninos, aspiramos a parecer grandes, a ser os primeiros; enquanto Deus, que é realmente grande, não tem medo de se humilhar e de se fazer último.

Papa Bento XVI – 23 de setembro de 2012

Hoje celebramos:


Nenhum comentário:

Postar um comentário