Juliana nasceu em Collalto (hoje um bairro da
cidade de Treviso Susegana) em 1186. Seus pais eram o Conde Rambaldo VI e a
Condessa Joana de Sant’Angelo, de Mântua, que lhe deram uma educação
profundamente católica.
Aos 12 anos, vestiu o hábito beneditino em
Santa Margarida de Salarola. Ali viveu os primeiros anos de vida religiosa de
modo exemplar. Em 1220 ingressou no mesmo mosteiro a Beata Beatriz I d’Este, e
entre estas duas almas eleitas nasceu uma profunda amizade.
Na poderosa e rica República de Veneza os
mosteiros tinham a sua importância, mesmo porque eles acolhiam jovens das mais
importantes e nobres famílias. Na Ilha de Spinalonga (hoje Giudecca) surgia a
igreja de São Cataldo. Juliana, que se notabilizara pelo nome ilustre ao qual
acrescentara excelentes virtudes, foi encarregada da fundação de um mosteiro ao
lado daquela igreja. Nasceu assim, naquele local abandonado, uma comunidade
claustral que por séculos se dedicará à oração. A igreja foi dedicada também a
São Brás.
Juliana foi nomeada abadessa e, além do
respeito à Regra para a sua própria santificação e de suas coirmãs, teve sempre
particular apreço pelos pobres. A sua caridade era conhecida por toda cidade, e
ainda em vida fez muitos prodígios. Do mosteiro dos Santos Brás e Cataldo da
Giudecca dependia aquele de “terra firme” de Pianiga, que Juliana fez restaurar
por volta da metade do século. Após as leis de supressão das ordens religiosas
de fins do século XVII, o edifício foi transformado na Vila Albarea.
Nos últimos anos de sua vida a beata sofreu de
fortes dores de cabeça, razão pela qual ela é patrona daqueles que sofrem do
mesmo mal.
A Beata Juliana faleceu no dia 1º de setembro
de 1263, aos 76 anos de idade, dos quais 64 dedicados ao Senhor. Foi sepultada
no cemitério da igreja, e continuou a ser lembrada pela fama de taumaturga.
Muitos foram os seus biógrafos.
Por volta de 1289, o seu corpo foi encontrado
incorrupto e colocado em um sarcófago artístico. Em 1733, as relíquias foram
colocadas em um altar da igreja, onde exatamente 20 anos depois (em 30 de maio)
o Papa Bento XI confirmou seu culto “ab immemorabili”, com memória no dia 1º de
setembro.
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