Hoje encontramos
Jesus não pelo caminho como era seu costume, mas na sinagoga: ao sábado a
comunidade vai à Sinagoga rezar, ouvir a palavra de Deus e também a pregação; e
Jesus estava ali, ouvindo a palavra de Deus. Mas também ensinava, e dado que
tinha autoridade — uma autoridade moral muito grande — convidavam-no a tomar a
palavra, precisamente para ensinar às pessoas. E na sinagoga havia uma mulher
que andava curvada, completamente curvada, pobrezinha, e não conseguia endireitar-se:
uma doença da coluna que há anos a mantinha assim.
E o que fez Jesus?
Surpreende-me os verbos que usa o evangelista para dizer o que fez Jesus:
“viu”, viu-a; “chamou”, chamou-a, “disse-lhe”; “Impôs as mãos sobre ela e
curou-a”. São cinco verbos de proximidade.
Em primeiro lugar, Jesus
aproximou-se dela: a atitude do bom pastor, a proximidade.
Aliás, o bom pastor
não pode estar distante do seu povo e este é o sinal de um bom pastor: a
proximidade. Ao contrário, os outros, aquele pequeno grupo de clérigos,
doutores da lei, alguns fariseus, saduceus, os ilustres, viviam separados do
povo, repreendendo-o constantemente. Mas, eles não eram bons pastores, estavam
fechados no próprio grupo e não se importavam com o povo: talvez, se
importassem, quando terminava o serviço religioso, de ir ver quanto dinheiro
tinha sido recolhido com as ofertas, importavam-se com isso, mas não estavam
próximos do povo, não estavam próximo da gente.
Jesus está sempre
ali com as pessoas descartadas por aquele pequeno grupo clerical: ali estavam
os pobres, os doentes, os pecadores, os leprosos: estavam todos ali, porque
Jesus tinha esta capacidade de se comover diante da doença, era um bom pastor.
E um bom pastor aproxima-se e tem a capacidade de se comover.
Diria que a
terceira caraterística de um bom pastor consiste em não se envergonhar da
carne, tocar a carne ferida, como fez Jesus com esta mulher: “tocou”, “impôs as
mãos”, tocou os leprosos, tocou os pecadores. É uma proximidade muito concreta.
Portanto, tocar a carne.
O bom pastor faz o
que fez Deus Pai, aproximar-se, por compaixão, por misericórdia, da carne do
seu Filho, é isto que significa ser um bom pastor. E o grande pastor, o Pai,
ensinou-nos como ser bons pastores: abaixou-se, esvaziou-se, esvaziou-se de si
mesmo, aniquilou-se, assumiu a condição de servo.
Papa
Francisco – 30 de outubro de 2017
Hoje celebramos:
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