Jesus repreende um
fariseu, um doutor da lei, porque este fariseu convida Jesus para almoçar e
Jesus não faz as abluções, isto é não lava as mãos: portanto, não realiza
aquelas práticas que eram habituais na lei antiga. Face a estas reclamações, o
Senhor afirma: Vós fariseus limpais o exterior do copo e do prato, mas o vosso
interior está cheio de avidez e de maldade. Um conceito que Jesus repete muitas
vezes no Evangelho, advertindo muitas pessoas com palavras claras: O vosso
interior é malvado, não é justo, não é livre. Sois escravos porque não aceitastes
a justiça que vem de Deus. Que é a justiça que Jesus nos ofereceu.
Contra certas
atitudes é útil a sugestão dada pelo próprio Jesus: Quando praticardes o bem e
oferecerdes uma esmola não o façais para serdes admirados. A vossa mão direita
não saiba o que faz a esquerda. Fazei-o escondido. E quando fizerdes
penitência, jejum, por favor, poupai-vos da melancolia, não sejais melancólicos
para que todo o mundo saiba que estais a fazer penitência. Resumindo: o que
importa é a liberdade que a redenção nos concedeu, que o amor nos ofereceu, que
a recriação do Pai nos deu. É uma liberdade interior que leva a praticar o bem
de forma escondida, sem fazer soar a trombeta: de fato, o caminho da verdadeira
religião é o mesmo de Jesus: a humildade, a humilhação.
Diante deste
modelo, ao contrário, temos a atitude de quantos Jesus repreende: pessoas que
seguem a religião da maquiagem: a aparência, o aparecer, fazer de conta, mas
dentro... Para eles, Jesus usa uma imagem muito forte: “Sois semelhantes aos
sepulcros caiados, formosos por fora, mas por dentro cheios de ossos de mortos,
e de toda a espécie de imundície”. Ao contrário, Jesus chama-nos, convida-nos a
praticar o bem com humildade, porque se não se cai num engano perigoso: Tu
podes praticar todo o bem que quiseres, mas se não o fizeres com humildade,
como nos ensina Jesus, este bem não serve, por ser um bem que nasce de ti
mesmo, da tua segurança, não da redenção que Jesus nos deu. Uma redenção que, chega
através da estrada da humildade e das humilhações: com efeito nunca se chega à
humildade sem as humilhações. Tanto é que vemos Jesus humilhado na cruz.
Papa
Francisco – 11 de outubro de 2016
Hoje
celebramos:
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